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Rio de Janeiro (RJ) –Um falso documentário sobre um poeta japonês feito por um cineasta americano que também não existe. Essa é a sinopse de Satori Uso, de Rodrigo Grota, um dos filmes mais comentados e elogiados no Festival de Gramado 2007, no qual recebeu os Kikitos de melhor curta-metragem pela crítica e melhor fotografia, além do prêmio aquisição do Canal Brasil.

A produção de Londrina abre a sessão paranaense de logo mais à noite no Cine Palácio. "Exibir Satori Uso no Festival do Rio e ao lado do filme do Marcos Jorge é um grande privilégio, já que ele e o Fernando Severo são, neste momento, os cineastas mais maduros em termos de linguagem no Paraná", comenta Grota, em entrevista por e-mail ao Caderno G.

Segundo o jovem diretor paulista, radicado em Londrina há dez anos, ter esses dois trabalhos representando o Paraná numa das maiores vitrines do cinema brasileiro mostra que a produção do estado está se libertando de certos estigmas. "Não é preciso mais lidar com um tema regionalista do seu estado para ser autêntico, nem construir sua narrativa sob uma perspectiva social para se fazer necessário. Creio que uma possível força desses dois filmes reside nesse aspecto: eles estão livres para serem apenas filmes, independentes de classificações de origem", continua.

Satori Uso (que será apresentado na próxima sexta-feira em um festival em Barcelona) faz parte de uma trilogia de curtas que segue com Booker Pittman, rodado recentemente por Grota e que deve ser lançado em março de 2008 – a história fala da passagem de um músico americano por Londrina, na década de 50.

"No entanto, não se trata de um relato do que ocorreu ao Pittman, e sim uma espécie de investigação sobre o que ele sentiu, o que ele pensou quando esteve em Londrina. Como em Satori Uso, não nos interessam os fatos, mas as possibilidades entre pensamentos e sentimentos", revela o diretor.

Fechando a Trilogia do Esquecimento, Pausa para a Neblina vai homenagear o fotógrafo japonês Haruo Ohara, que também viveu na cidade do norte paranaense.

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