Rio de Janeiro - Nem a aparição do catador Tião em traje de gala, direto de Los Angeles, animou o público que acompanhava a cerimônia do Oscar num telão instalado na praça principal do bairro Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O local fica próximo ao lixão que foi cenário de Lixo Extraordinário, indicado ao prêmio de melhor documentário e derrotado por Trabalho Interno, filme que responsabiliza as instituições financeiras pela pior crise econômica mundial desde a Grande Depressão.
Cerca de três mil pessoas compareceram à festa idealizada por Tião, um dos personagens do filme dirigido pela inglesa Lucy Walker e pelos brasileiros João Jardim e Karen Hartley, e patrocinada por um grupo de empresas privadas. O clima na plateia, formada por catadores, parentes e moradores da região, era morno. "Vocês estão chochos desde cedo, reclamou um morador ao microfone. A praça apinhada de botecos ganhou um palco com telão e cadeiras. Como não havia sinal de alguma tevê por assinatura, a plateia teve de se contentar com a transmissão da Rede Globo, que exibiu flashes durante o Fantástico, mas só passou a transmitir a cerimônia na íntegra após o Big Brother Brasil 11.
No início da festa, uma mensagem gravada por Tião foi exibida no telão: "Estou de smoking, vou pisar no tapete vermelho, mas em cada momento estarei pensando em vocês. O Oscar é nosso. A mais emocionada era sua mãe, dona Gerusa, que chegou a passar mal e teve de ser amparada por amigos.
Houve uma exibição de Lixo
Extraordinário, que pouca gente havia visto. O público começou a sessão atento mas, no final, bocejava nos trechos em inglês. O público só se animou mesmo com o show do grupo de pagode AfroSamba que, vez por outra, era interrompido pelos flashes da Globo. Quando, no início da madrugada de ontem, o resultado foi divulgado, a festa acabou: Trabalho Interno bateu Lixo Extraordinário. Mas a presença de Tião entre os astros fora, por si, considerada uma vitória para a comunidade. "Tudo o que ele fez foi para mostrar a nosso pai até onde poderia chegar. E se nosso pai estivesse vivo, veria que Tião é um vencedor, disse Carla dos Santos, irmã do catador.
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