Quando foi lançada, no ano passado, a série brasileira “Magnífica 70” chegou para retratar um período tão conturbado quanto criativo do país. Em plena ditadura militar e com poucos recursos, cineastas criaram uma verdadeira indústria alternativa na chamada Boca do Lixo, região no bairro da Luz, em São Paulo. Na segunda temporada, que estreia no próximo domingo (2) na HBO, os conflitos entre os personagens se acentuam, mas a tônica permanece a mesma: até onde vão os limites entre criação artística e repressão.
“Magnífica 70” é estrelado pela curitibana Simone Spoladore, que interpreta Dora Dumar, uma atriz que alcança a fama entre pornochanchadas e telenovelas. Ela é a estrela da produtora Magnífica, liderada por Manolo (Adriano Garib) e que tem como um de seus diretores Vicente (Marcos Winter), que leva uma vida dupla de cineasta e censor. O elenco conta ainda com Maria Luiza Mendonça, Joana Fomm e Taumaturgo Ferreira.
A nova temporada foi apresentada pela HBO à imprensa no último dia 21 em São Paulo. Em entrevista, Simone Spoladore falou sobre os desafios de sua personagem, que vai do sucesso profissional ao fracasso pessoal. “Nessa segunda temporada há uma relação mais complexa entre os personagens. Como é uma sequência, é como reencontrar personagens que já conhecemos. Acredito que é mais fácil compor as nuances e mergulhar nos seus conflitos”, afirma a atriz.
“[A série] discute essa questão que vai além do período da ditadura e permanece até os dias atuais: devemos ou não nos reprimir? Isso tanto individual quanto coletivamente.”
Um dos criadores de “Magnífica 70” é Cláudio Torres, diretor de filmes como “A Mulher Invisível” e “O Homem do Futuro”. Ele conta que um dos objetivos da série quando foi idealizada era mostrar um pouco da história da Boca do Lixo, onde foram produzidos não apenas pornochanchadas (filão do cinema nacional na década de 70), mas também obras de diretores consagrados como Carlos Reichenbach, Julio Bressane e Walter Hugo Khouri.
Magnífica 70
2ª temporada. Estreia domingo (2), às 22h, na HBO, que estará com o sinal aberto. A partir das 10h, o canal HBO2 exibe uma maratona com todos os episódios da primeira temporada.
“Eu gostaria de colocar mais referências, poder citar nominalmente muitas delas, mas no Brasil isso é complicado. Então, procurei retratar um pouco do universo artístico da Boca do Lixo mergulhando no drama dos personagens”, diz Cláudio Torres. De acordo com ele, a série fala especialmente sobre “criação e repressão artística”. “Ela discute essa questão que vai além do período da ditadura e permanece até os dias atuais: devemos ou não nos reprimir? Isso tanto individual quanto coletivamente.”
A segunda temporada de “Magnífica 70” conta com dez episódios. Por enquanto ainda não há confirmação de uma terceira, mas, ao que tudo indica, ela deverá ser consolidada. “Eu gosto de filmar em sequências, possibilitando que os personagens deem conta das consequências. E, ao final dessa temporada, eles estarão no pior cenário possível”, adianta o diretor, dando a deixa de que haverá a oportunidade de redenção.
*O jornalista viajou a convite da HBO Brasil.
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