Minutos antes do apagar das luzes para a estreia de “Os Dez Mandamentos”, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (28), dezenas de espectadores entusiasmados faziam fila para tirar uma foto em frente ao cartaz de divulgação do filme, na entrada do cinema, no shopping Praia de Belas.
Pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus, vestidas com camisetas pretas alusivas ao filme com a hashtag #euvou, organizavam o fluxo dos espectadores - muitos saíam da sessão anterior enquanto outros tentavam entrar na sessão das 16h, que estava lotada.
Um homem fazia as vezes de “fiscal”: dizia aos fiéis espectadores que não dessem entrevista. “É para qual jornal?”, perguntou. Ao saber que a reportagem era da Folha de S.Paulo, levou o indicador em frente à boca, pedindo que as pessoas próximas ficassem em silêncio. “Para a Folha, não”, determinou.
Muitos dos presentes disseram que ganharam as entradas da igreja. Uma jovem disse que o filme “foi uma bênção”.
“Eu já tinha visto a cena do mar se abrindo, mas é a melhor. O som do cinema é mais intenso e a tela, muito maior”, disse uma adolescente, que também ganhou o ingresso da igreja. Muitos dos contemplados integram a Tribo de Judá, um grupo da Universal.
Do lado de fora, uma mulher ordenava: “Precisamos tirar uma foto com o pastor”.
Na plateia, as cenas que mais causaram comoção foram os assassinatos de bebês hebreus pelos egípcios, as pragas que invadiram o Egito e a abertura do Mar Vermelho.
Uma mulher chegou a derrubar os óculos no cinema quando tentava filmar com o celular o momento da abertura do mar. O momento em que Deus, com voz assustadora, comunica a Moisés os dez mandamentos que dão título ao filme não impressionou nenhum dos entrevistados.
Na telona, quando o filho do rei do Egito é morto, como último aviso de Moisés para que os hebreus sejam libertados, a rainha chora. Uma mulher da plateia comenta: “Quem mandou duvidar? Duvidou do poder de Deus, deu nisso”.
“Eu até já tinha assistindo umas partes no YouTube. A fé de Moisés era tão grande que Deus falava com ele. Esse filme não é como outros, que cansam. Não dá vontade de cochilar”, opina Cristian Roberto, 34. Ele veio de ônibus com uma excursão de fiéis da cidade gaúcha de Camaquã e disse que cada um pagou seu ingresso.
“Aquela cena em que a mãe de Moisés coloca ele no cestinho e larga no rio Nilo foi muito triste”, avalia Maria Souza, 58, da mesma excursão.
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