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“Orange is the New Black” chega à terceira temporada | Divulgação/
“Orange is the New Black” chega à terceira temporada| Foto: Divulgação/

A série “Orange is the New Black” retornou para a terceira temporada marcada pela busca da espiritualidade e pela maturidade da protagonista, Piper Chapman (Taylor Schilling), que ganha uma posição de força. Os 13 novos capítulos sobre a vida das detentas da penitenciária de Litchfield estrearam nesta sexta-feira (12) na Netflix, carregando nas costas dois Emmy e uma dezena de indicações.

A história continua centrada em Chapman, que volta a se reencontrar com sua ex-namorada, Alex (Laura Prepon), mas cuja relação é colocada à prova por uma nova reclusa, Stella (Ruby Rose), sedutora e segura de si mesma. “Esta é a temporada mais sexy até agora”, comentou Rose.

A criadora de “Orange is the New Black”, Jenji Kohan, voltou a apostar no sexo como um dos elementos básicos da trama, mas insistiu que esta temporada se destaca pela aparência espiritual.

Resolvidas as tensões da segunda temporada, as presas tentam agora encontrar a si mesmas, cada uma a sua maneira. “Esta temporada gira mais em torno da fé, a anterior foi sobre sobrevivência. Todas as mulheres vão sentir um chamado”, comentou a jovem atriz Danielle Brooks (Tasha ‘Taystee’ Jefferson), em um encontro com a imprensa em Los Angeles.

Brooks destacou que não se trata necessariamente de religião, para algumas é sobre buscar algo dentro de si mesmas.Nesse sentido, Schilling acredita que seu personagem deu um salto evolutivo nesta temporada. “Piper aceita seu poder. Começa a fazer demonstrações de força. Tenta ver até onde pode chegar e se diverte fazendo isso”, explicou Schilling.

Para Laverne Cox, a motivação de sua personagem vem por seus entes queridos. “Sophia não é a pessoa mais religiosa, ela acredita em sua família e acredita em seu papel de mãe-pai. No primeiro capítulo (da nova temporada) vê que seu filho precisa de um pai e ela adota esse papel, ela precisa que necessite dela e será o que seu filho precisar”, apontou Cox, que se transformou em uma referência em Hollywood.

A atriz transexual é consciente do impacto que seu personagem e sua pessoa tiveram, e que serviu de inspiração para outros transexuais. Ela disse que muitos recuperaram a esperança na interpretação ao ver que ela tinha conseguido. Cox foi indicada a melhor atriz convidada no Emmy.

Sua amiga na série Selenis Leyva, de origem cubana, não tem mais que palavras de gratidão para Cox por servir de referência para sua irmã, também transexual, mas igualmente acredita que seu personagem (Gloria Mendoza) está rompendo barreiras na comunidade latina.

“Como latina e como mãe, como latina de cor, saber que minha voz está aí fora e que há uma menina pequena que se pode identificar comigo e pode dizer que pode ser atriz é importante. Quando cresci não via meu rosto nem nas novelas. Soavam como eu, mas não se pareciam comigo”, disse Leyva.

Lea DeLaria (Big Boo) assinalou que “Orange is the New Black” também está influenciando como a população percebe o regime penitenciário dos Estados Unidos. “As pessoas falam de reforma carcerária graças ao programa”, disse DeLaria.

Recentemente, a ex-secretária de Estado e pré-candidata democrata à presidência, Hillary Clinton, pediu que o sistema de prisões seja reavaliado para pôr fim aos “encarceramentos maciços”. “Este é o poder das artes e da televisão”, acrescentou Brooks.

A série, no entanto, sofreu um revés este ano ao ser rejeitada como comédia pela Academia da Televisão dos EUA, organização que concede os prêmios Emmy.

“Orange is the New Black” tinha se candidatado em 2014 como comédia, mas a Academia decidiu atualizar seu regulamento e determinou que as séries de capítulos de mais de meia hora, como é o caso de OITNB, sejam considerados drama.

A Netflix reivindicou e pediu que fosse uma exceção a “Orange”, mas o pedido foi rejeitado, por isso no próximo Emmy a série disputará o prêmio de melhor drama com outra das estrelas do canal, “House of Cards”.

“Por que não há uma categoria de tragicomédia e há uma de ‘reality’?”, questionou DeLaria, que criticou a decisão da Academia, que “não pode definir se algo é engraçado ou não pela duração de seus capítulos”.

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