Mesmo que tenha insistido em tipos característicos de folhetim (a moça pobre que batalha por uma vida melhor; o jovem seduzido por dinheiro; a mulher obcecada pela vingança, e assim vai) Babilônia é uma daquelas novelas que fogem do padrão único de personagens.

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E esta diversidade não foi um acaso. A realidade da família evangélica não é distante daquela do casal de lésbicas. O gay é pegador, as mulheres fortes vão da pobre garota batalhadora à rica inescrupulosa, passando pela coitada de classe média.

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Os estereótipos de folhetim, novos ou velhos, estão todos ali, juntos e misturados. Não muito diferente da atual realidade da sociedade brasileira. Mas não significa que funciona na novela.

“Babilônia”recorre ao clássico para salvar audiência

Em entrevista ao jornal O Globo, Gilberto Braga admitiu que mudou a história de Marcos Pasquim, que faria papel de gay, a pedido de fãs

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Destacar a homossexualidade em uma mesma trama que cria a primeira heroína evangélica da tevê (a personagem Laís, interpretada pela jovem atriz Luisa Arraes) não ajudou os responsáveis pela trama a colher bons frutos.

Não que os assuntos tenham de ser mantidos em lados separados. Seria hipocrisia mantê-los como tal, uma vez que coexistem independente de credo ou lei e, por isso, merecem o mesmo respeito e a mesma visibilidade.

O fato é que a mesma parcela do público que ligou seus aparelhos para acompanhar a história de uma das poucas famílias evangélicas pensadas retratadas em uma telenovela da Globo reagiu contra a trama já no capítulo inicial, quando as atrizes Fernanda Montenegro e Nathália Timberg protagonizaram o primeiro beijo lésbico da novela.

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O choque foi tamanho, que a atração enfrentou uma campanha de boicote, promovido pela Frente Parlamentar Evangélica da Câmara dos Deputados. Não assistir à atração foi justificado como um ato “em defesa da família brasileira”.