Refilmagem da comédia italiana "O Último Beijo" (2001), a produção americana "Um Beijo a Mais", que estréia desta sexta-feira (6), procura enxugar os excessos melodramáticos do filme original, que foi lançado no Brasil em 2003.
"O Último Beijo" foi escrito e dirigido pelo italiano Gabriele Muccino (que recentemente filmou nos Estados Unidos "À Procura da Felicidade", estrelado por Will Smith).
O filme era, essencialmente, uma mistura entre um melodrama excessivo, uma comédia doce e um romance forte, em que os personagens (Stefano Accorsi e Giovanna Mezzogiorno) levavam seus dramas ao limite, com muita gritaria e lágrimas.
A adaptação norte-americana procura um tom mais politicamente correto e poucos excessos. "Um Beijo a Mais" transforma-se, assim, em mais uma comédia romântica sobre personagens mergulhados na crise dos 30 anos, quando finalmente percebem ter chegado ao mundo adulto e que isto não tem mais volta.
O protagonista Michael é aqui interpretado por Zach Braff, que não está muito diferente (no tom e nos conflitos) de sua atuação em "Hora de Voltar" (2004).
Leva uma vida confortável, tem um bom emprego, uma namorada (Jacinda Barrett) que ama e com quem pensa em casar um dia, quando descobre que ela está grávida. Este casamento, para ele, apresenta um sério problema, pois significa abrir mão de todas as outras mulheres do mundo -ao menos em teoria.
Enquanto o casal vai tocando os preparativos para as núpcias, Michael se envolve com uma outra garota uns dez anos mais jovem do que ele, interpretada por Rachel Bilson. Ele vê nela toda a jovialidade e liberdade que irá perder quando se casar.
Em paralelo, a narrativa de "Um Beijo A Mais" retrata alguns amigos de Michael. Todos na mesma faixa etária e enfrentando problemas que, se não são iguais, têm a mesma origem: o medo de aceitar a vida adulta.
Também problemática é a vida de Anna (Blythe Danner), sogra do protagonista. Chegando à terceira idade, a personagem percebe que o tempo está passando rápido e ela está deixando escapar a chance de ser feliz.
A direção de Tony Goldwyn ("Alguém Como Você") é apenas correta, transformando "Um Beijo A Mais" em só mais uma comédia romântica sem grande originalidade, apesar de o roteiro ser assinado pelo premiado Paul Haggis (diretor e roteirista de "Crash - No Limite", Oscar de melhor filme em 2006).
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