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A mostra também conta com peças do mobiliário Cimo para salas e quartos | Daniel Sorrentino/Divulgação
A mostra também conta com peças do mobiliário Cimo para salas e quartos| Foto: Daniel Sorrentino/Divulgação

Cronologia

Saiba mais sobre a história da Móveis Cimo S.A.:

1912 – Fundação da serraria, em Rio Negrinho, Santa Catarina, por Willy Jung e Jorge Zipperer, que inicialmente fabricavam caixas de madeira para frutas.

1920 – A serraria decide diversificar a produção e aproveitar as aparas de imbuia restantes da fabricação de caixas de frutas.

1924 – A fábrica vende aproximadamente 60 mil cadeiras e poltronas de cinema.

1930 – Martin Zipperer, um dos proprietários, inicia política de reflorestamento.

1950 – Fábrica diversifica a produção com móveis escolares e linhas institucionais de escritório, quartos, salas, etc.

1970 – Manifestam-se sintomas de grave crise administrativo-financeira na empresa. As unidades de Joinville e Rio Negrinho sofrem grandes incêndios.

1982 – É decretada a falência da Móveis Cimo S.A.

  • Cadeira 1001: ícone do design moderno brasileiro

Beleza, ergonomia, conforto, durabilidade e resistência. Esses sempre foram os pilares que sustentaram a produção da Móveis Cimo S.A. durante seus 60 anos de atividades (leia mais sobre a história da empresa no quadro ao lado). Por isso, não é difícil encontrar peças da fábrica espalhadas por aí até hoje. No entanto, adquirir hoje em dia uma Cadeira 1001, carro-chefe da fábrica, pode custar uma pequena fortuna. A peça, facilmente encontrada em repartições públicas no passado, é um ícone do design moderno brasileiro e representou uma novidade no desenho, na lógica produtiva e na inovação tecnológica.

"Primeiro produto da fábrica, a Cadeira 1001 é resultado do aproveitamento das sobras de imbuia das caixas de frutas que eram produzidas na serraria. Já nasceu da preocupação ecológica e industrial dos proprietários", ressalta Angélica Santi, curadora da mostra sobre a Móveis Cimo S.A., presente na Bienal Brasileira de Design (veja o serviço completo da exposição), na Fiep–Cietep.

Além de representar uma referência histórica e cultural, a fábrica teve papel fundamental na transição da produção artesanal para a mecanizada e em série. "Essa mentalidade industrial é uma herança da cultura alemã", explica Angélica, mencionando que os Zipperer (fundadores) da empresa foram uma das primeiras famílias alemãs que imigraram para o Brasil.

Tanto que o desenvolvimento da cidade de Rio Negrinho (SC), que sediava a fábrica, está relacionado ao crescimento da empresa – na época, a intensa atividade industrial gerou até um aumento populacional no município. "O grande diferencial é que eles, a partir dos projetos, iam buscar o maquinário necessário para colocá-los em prática, quando o que costuma acontecer hoje em dia é justamente o contrário. Eles eram conscientes quanto à metodologia do desenvolvimento de produtos e isso é uma postura rara", conta a curadora.

Falida no início dos anos 1980, após uma série de mudanças na administração e incêndios nas sedes de Joinville e Rio Negrinho, a Móveis Cimo S.A., deixou, além de uma herança cultural e social, algo bastante valioso nos dias de hoje: mais de três milhões de árvores com mais de 15 anos, plantadas para reflorestamento e vendidas junto com as propriedades da fábrica, na ocasião do fechamento de suas portas.

Serviço

Mostra Memória da Indústria: O Caso Cimo. Fiep–Cietep (Av. Com. Franco, 1.341 – Jardim Botânico), (41) 3018-7332. De terça-feira a domingo, das 13h às 20h30, exceto às quartas-feiras, das 9h às 20h30. Entrada franca. Mais informações, no site.

» Confira a programação completa da Bienal Brasileira de Design

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