Parlez-vous français?
Este é o Ano da França no Brasil. Por isso, os principais museus do estado incluíram em sua programação mostras de velhos conhecidos artistas franceses. Uma delas certamente levará muita gente ao Museu Oscar Niemeyer (MON) ao reunir, sob um mesmo teto, obras dos amantes Camille Claudel e Auguste Rodin.
Serão cerca de 50 obras produzidas pelos artistas no período em que Camille era, ao mesmo tempo, modelo, assistente, amante e rival de seu mestre Rodin selecionadas pelas especialistas Aline Magnien e Véronique Mattiussi, do Museu Rodin de Paris. A abertura da mostra está prevista para os dias 16 ou 18 de julho, mas a assessoria de imprensa do museu informa que os detalhes sobre toda a agenda de 2009 são preliminares e estão sujeitos a alterações.
De ensaios de Nick Hornby à biografia de Gilberto Gil
Apesar de (ainda) não se delinear uma tendência visível no mercado, as editoras brasileiras parecem mesmo ignorar o que uns chamam de crise. A Rocco, por exemplo, de antemão anuncia que já tem 200 títulos para soltar durante 2009. Entre as apostas, o candidato a best seller é O Frenesi Polissilábico, ensaios sobre leitura assinados pelo escritor pop Nick Hornby, além do romance Monstros Invisíveis, do badalado Chuck Palahniuk (autor de Clube da Luta, entre outros).
Os começos de ano são sempre movimentados no mundo cinematográfico por causa da corrida por público e por prestígio detonada pelas duas principais premiações da indústria cultural norte-americana: o Oscar e o Globo de Ouro, nessa ordem.
A 66ª cerimônia do Globo de Ouro acontece no 11 de janeiro. O dia 11 do mês seguinte é a data prevista para que sejam revelados os indicados ao Oscar e, no 22 de fevereiro, acontece a entrega das estatuetas no Teatro Kodak, em Los Angeles.
Entre os concorrentes ao prêmio de melhor filme no Globo de Ouro (e, com certeza, no Oscar), o grande favorito até aqui é O Curioso Caso de Benjamin Button, de David Fincher. The Reader e Slumdog Millionaire também estão na briga. Correndo por fora aparecem Vicky Cristina Barcelona, último trabalho de Woody Allen, Apenas um Sonho, de Sam Mendes (com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet), e a fantástica animação Wall-E.
O Curioso Caso de Benjamin Button é um drama baseado no conto de F. Scott Fitzgerald e narra a história de Button, um homem que nasce com 80 anos e rejuvenesce à medida que passa o tempo. O personagem, interpretado por Brad Pitt, se apaixona por uma mulher mais jovem (Cate Blanchett) aos 50 anos de idade.
O aumento da diferença de idade entre os dois é o dilema que Fincher resolveu adaptar para as telas. O cineasta de Se7en Os Sete Crimes Capitais e Clube da Luta é conhecido pelo apuro visual de seus trabalhos.
Desde que optou por usar câmeras digitais o que fez no suspense Zodíaco , barateando o custo da produção, Fincher teve chance de explorar à vontade o seu perfeccionismo, filmando uma mesma cena dezenas de vezes. Uma característica que o aproxima de Stanley Kubrick (1928-1999), o diretor de Laranja Mecânica.
Uma das qualidades que mais têm chamado a atenção de quem assiste a O Curioso Caso de Benjamin Button é a estética do filme. A terceira maior bilheteria da semana passada nos Estados Unidos não é uma unanimidade, mas isso não significa, necessariamente, um problema. O Wall Street Journal, por exemplo, considera a produção uma meditação extraordinária sobre a mortalidade, e o New York Times o apontou como um triunfo da técnica, um filme que usa efeitos visuais impressionantes de maneira sutil, mais preocupado com o trabalho dos atores (Brad Pitt e Cate Blanchett) do que com as proezas digitais.
Adaptações
Algo que chama a atenção é o número de adaptações de livros que estão entre os filmes mais interessantes da temporada.
Enquanto O Curioso Caso de Benjamin Button é inspirado em um conto de 25 páginas escrito por Fitzgerald, The Reader ("A Leitora"), de Stephen Daldry, é baseado no romance homônimo do alemão Bernhard Schlink. O livro fala de um homem que, ao final da Segunda Guerra Mundial, sente uma atração arrebatadora por uma mulher mais velha.
Vikas Swarup escreveu o romance Sua Resposta Vale um Bilhão, publicado pela Companhia das Letras. A versão cinematográfica é dirigida por Danny Boyle (Trainspotting), e sustenta o título original Slumdog Millionaire.
A história fala de um jovem indiano que decide participar de um jogo de perguntas e respostas na tevê. Mesmo analfabeto, o garoto consegue vencer o concurso. Os organizadores desconfiam de seu conhecimento e, no romance, cada capítulo mostra como o personagem aprendeu as informações que o tornaram rico. A reconquista da garota que ama está entre os segredos de sua proeza.