Vinte e cinco dos 130 maiores bancos da zona do euro não passaram em um importante teste de estresse e encerraram o ano passado com um déficit de capital coletivo de 25 bilhões de euros, afirmou o Banco Central Europeu neste domingo (26).
Uma dúzia desses bancos já se movimentaram para cobrir esse buraco, levantando 15 bilhões de euros ao longo deste ano.
O setor financeiro da Itália enfrenta o maior desafio com nove de seus bancos não tendo passado no teste, de acordo com a Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), que coordenou o quarto teste de estresse da União Europeia com o BCE.
O Monte dei Paschi teve o maior buraco de capital para preencher, de 2,1 bilhões de euros, mesmo depois de seus esforços para levantar recursos até agora neste ano.
A EBA disse que três bancos gregos, três cipriotas, dois da Bélgica, dois da Eslovênia, e um, cada, da França, Alemanha, Áustria, Irlanda e Portugal também tinham sido reprovados no teste, tendo como referência o final do ano passado.
O BCE passou o último ano revisando os principais ativos dos bancos e submetendo-os a rigorosos testes de estresse, em exercício para sanar eventuais problemas antes do início da supervisão do setor a partir de 4 de novembro.
A marca exigida pelo BCE era de que os bancos tivessem um índice de capital de alta qualidade de pelo menos 8 por cento de seus ativos ponderados pelo risco da situação econômica mais provável para os próximos três anos, e índice de capital de pelo menos 5,5 por cento em um cenário mais pessimista.
Os bancos com um déficit de capital terão de dizer dentro de duas semanas como pretendem preencher esse buraco. Eles terão então um prazo de até nove meses para fazê-lo.
A EBA exigiu que 123 credores de toda a UE se submetessem a choques teóricos, como uma recessão de três anos, e disse que 24 não passaram no total. O teste do BCE incluiu um número maior de instituições na zona do euro, uma vez que também incluiu filiais de grandes bancos.
Novo capítulo?
O BCE tem apostado sua reputação no fornecimento de uma avaliação independente dos bancos da zona do euro, em uma tentativa de começar um novo capítulo após anos de conflitos econômicos e financeiros no bloco.
Mas não há certeza de que o crédito bancário será impulsionado como deseja o BCE, dando vida a uma moribunda economia da zona euro.
"Pensar que os empréstimos podem de alguma forma conduzir o PIB é uma ilusão, e eu não sei como que isso, de alguma forma, penetrou o debate político", disse o economista-chefe global da Unicredit, Erik Nielsen.
Escrutinando os balanços dos bancos, o BCE disse que, até o fim do ano passado, os valores contábeis das instituições precisavam ser ajustados em 48 bilhões de euros e que os empréstimos duvidosos aumentaram em 136 bilhões de euros, para 879 bilhões.
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