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O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse na noite desta segunda-feira (27) que foi criada uma comissão interna para investigar o possível vazamento das informações na operação de compra do Grupo Ipiranga. Ele informou que mais de 50 funcionários da estatal tinham conhecimento da operação e havia um acordo de confidencialidade para evitar vazamento de informações.

Durante entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, ele disse que a comissão terá prazo de 30 dias para concluir as investigações. "A comissão foi criada na sexta-feira à noite, e nada mais eu posso falar."

Ele adiantou, porém, que a punição para o envolvimento em quebra de confiança e quebra do código de ética da empresa é a demissão por justa causa.

A compra do Grupo Ipiranga pela Petrobras, Braskem e Grupo Ultra por US$ 4 bilhões, na segunda-feira da semana passada (19), está na mira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sob suspeita de vazamento de informação.

No caso da Ipiranga, a investigação sobre a irregularidade começou na sexta-feira (16), último dia de pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) antes do anúncio do negócio. Uma movimentação irregular nas ações da Ipiranga chamou a atenção da CVM, que regula o mercado de ações. As ações subiram 33% durante o pregão, e tiveram negociação 27 vezes maior do que o normal.

Ao que tudo indica, pessoas que sabiam da compra antes do anúncio oficial aproveitaram para lucrar milhões comprando ações da Ipiranga na sexta-feira e vender depois da divulgação, por um preço bem mais alto. Apenas dois investidores lucraram juntos mais de R$ 1,15 milhão.

Até agora, quatro investidores estão com as contas bloqueadas pela Justiça e mais 26 ainda estão sendo investigados. Um dos principais suspeitos, segundo a CVM, trabalha como gerente em uma das empresas que compraram a Ipiranga.

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