Hoje muita gente que poderia comprar um imóvel prefere pagar aluguel e deixar o resto do dinheiro investido. "O consumidor faz essa opção para pagar no máximo R$ 700 de aluguel. Mais do que isso seria uma desvantagem", acredita Gerson Silva, diretor comercial da imobiliária Galvão. Por outro lado, ele já viu muita gente que pensava em comprar desistir do gasto. "Elas percebem que não vão conseguir comprar nada no mesmo padrão do que têm hoje", explica.
Quem resolve pela locação também está desembolsando bem mais a cada ano. O aluguel de um apartamento de três dormitórios com 100 metros quadrados passou de 1998 a 2006 de pouco mais de R$ 418 para R$ 615, alta de 32%. O mais procurado no momento é o apartamento de apenas um quarto, seguido pela casa de um quarto e pelo apartamento de três quartos.
O aluguel das casas foi o que subiu menos, ficando em média 30% mais caro no período, valor próximo ao do sobrado. Silva considera a alta de preços uma recuperação, porque estavam muito baixos no começo da década, dada a oferta excedente na época. "Hoje certos imóveis já estão em falta, como aqueles de menos de R$ 130 mil", diz.
Ele lembra que está difícil conseguir terrenos bem localizados, e a flutuação dos preços da matéria-prima tem feito algumas obras levarem mais tempo do que o planejado. É o caso de alguns prédios com obra em atraso, que aguardam finalização por anos. Para o Sinduscon, os atrasos são causados por problemas sazonais de mercado. (HC)