Os superávits das contas públicas divulgados nos últimos dois dias não significam que o governo está apertando o cinto. Tanto o resultado positivo divulgado na quarta-feira – referente ao Tesouro Nacional – como o de ontem – consolidado, ou seja, com números de todo o setor público federal – foram consequência do aumento na arrecadação de impostos.

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A busca pelo superávit primário, a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida, é uma medida estabilizadora. Ela faz com que os débitos estatais não fujam ao controle – o que implica em taxas de juros mais estáveis e previsíveis.

O problema está na forma como o Brasil persegue esse resultado. Em geral, ele é obtido com redução de investimentos ou com mais dinheiro de tributos entrando nos cofres federais. De um lado, corta-se aquilo que o país mais precisa. De outro, aumenta-se a já pesadíssima carga tributária.

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Em ano eleitoral, os investimentos não estão sendo cortados. Até porque, sob uma série de manobras contábeis, cada vez mais esses gastos ficam de fora do cálculo do superávit. Chegamos então à "economia" feita pelo governo atualmente, resultado de uma alta exuberante na arrecadação – fruto de um trabalho mais bem-feito da Receita e da recuperação econômica. E o grosso das despesas, direcionado para fazer funcionar uma máquina pública inchada e ineficiente? Continua lá, do mesmo tamanho.