O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, garantiu nesta terça-feira (2) em Paris que “a produção industrial vai virar”, ou seja, vai melhorar depois da queda de 1,2% em abril em relação ao mês anterior. É o pior resultado de abril desde 2011 (-2,7%), mas Levy atribui boa parte da queda a veículos, setor com queda de 2,5%.
“Na parte de automóveis e veículos, obviamente tivemos muitos anos de apoio, uma produção muito mantida pelo crédito público. É um período de acomodação”, disse.
Levy, entretanto, deixou claro que o setor automobilístico continua sendo importante para o governo. “Evidentemente, acho que todo o setor é relevante, de autopeças, e temos que pensar bastante. Esta é uma área em que deveríamos ter vantagens competitivas. Tem que ver se a estrutura de proteção [da indústria] favorece ou não [o setor]. Independentemente dos destinos que a indústria teve no passado, continua sendo uma indústria importante”, afirmou.
Sobre a possibilidade de o governo aumentar a proteção ao setor automobilístico, Levy afirmou que “tudo é relativo”. “Isso é uma questão que tem que ser estudada. A gente não vai fazer nenhum movimento”, disse.
Levy também comentou o câmbio, dizendo que “está no nível em que os mercados decidem e que reflete a percepção da nossa produtividade.”
Produção industrial cai 7,6% em abril, a 14ª queda consecutiva
Na comparação com março deste ano, a produção industrial recuou em 19 dos 24 ramos pesquisados
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O ministro falou ao sair de uma reunião com Jean Pisani-Ferry, comissário-geral da France Stratégie, um centro de estudos ligado ao governo francês para pensar estratégias e avaliar políticas públicas. Levy informou que os dois discutiram vários temas, como produtividade, negociações de comércio entre Mercosul e Europa, crescimento econômico e concorrência.
“O mundo todo tem passado por um período de baixo de crescimento. Temos desafios em comum [com a França, que também enfrenta problemas de crescimento]. Nós temos a vantagem de uma população relativamente jovem.”
Um dos desafios para o Brasil, segundo o ministro, continua sendo educação, embora o brasileiro esteja “cada vez mais mais educado”.
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