A produção industrial caiu 7,6% em abril, frente a abril do ano passado – a 14ª queda consecutiva nesta base de comparação, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE. Já no acumulado do ano, a atividade no setor recuou 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com março deste ano, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) mostrou queda de 1,2%, terceira queda no confronto com o mês.
Frente a abril de 2014, 23 dos 26 ramos apresentaram queda da produção. Veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 23,2%, teve a maior influência negativa sobre indústria, devido à redução na produção de automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, autopeças, reboques e semirreboques e carrocerias para caminhões e ônibus.
Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-8,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-32,6%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-23,5%), máquinas e equipamentos (-11,8%), de metalurgia (-9,8%), bebidas (-13,1%), produtos de borracha e de material plástico (-8,7%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-13,0%), produtos de metal (-8,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,1%) e outros equipamentos de transporte (-13,9%) também tiveram contribuições negativas relevantes.
Das três atividades que aumentaram a produção frente a abril de 2014, o principal impacto foi das indústrias extrativas (11,1%).
A indústria vem enfrentando dificuldades desde 2010, depois de ter se recuperado dos efeitos da crise econômica mundial, cujo auge ocorreu nos anos de 2008 e 2009. A situação se agravou de meados de 2013 para cá. No ano passado, a produção industrial caiu 3,2%, após alta de 2,1% em 2013.
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Abril contra março
Dezenove das 24 atividades pesquisadas apontaram redução na produção frente a março. Todas as cinco grandes categorias econômicas registraram recuo tanto na comparação com março quanto frente a abril de 2014: bens de capital caiu 5,1% e 24%, respectivamente; bens intermediários, 0,2% e 3,2%; bens de consumo, 1,9% e 11,2%; bens de consumo duráveis, 1,8% e 17,1%; enquanto os semiduráveis e não duráveis tiveram queda de 2,2% e 9,3%. O maior impacto negativo veio de veículos automotores, reboques e carrocerias, que registraram queda de 2,5% no período. O segundo principal impacto negativo em abril ante março veio da indústria de perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza, que recuou 3,3%.
PIB fraco
Na sexta-feira, o IBGE divulgou que o PIB encolheu 0,2% no primeiro trimestre. Neste cenário, a indústria recuou 0,3%. Dos segmentos pesquisados no setor, apenas extração mineral e a construção civil cresceram 3,3% e 1,1%, respectivamente. Já eletricidade gás, água, esgoto e limpeza urbana (-4,3%) e indústria de transformação (-1,6%) caíram.
Em relação ao primeiro trimestre de 2014, a indústria recuou 3% nos três primeiros meses deste ano, puxada pela indústria de transformação, cuja queda de 7% no mesmo período foi marcada pelo decréscimo da produção automotiva, de máquinas e equipamentos, de produtos eletrônicos e equipamentos de informática, de artigos do vestuário, e de produtos do fumo. O encolhimento neste segmento do setor foi o maior desde o terceiro trimestre de 2009, quando registrara recuo de 10,6%.