Apesar de ter aberto em alta, o dólar fechou a manhã com desvalorização de 0,23% frente ao real, a R$ 2,130 na compra e R$ 2,132 na venda. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e o risco-país, que mede a percepção do investidor estrangeiro sobre o Brasil, apresentaram estabilidade.
A bolsa paulista iniciou o dia em alta, passou em seguida para o campo negativo, mas fechou o pregão da manhã estável, com 36.627 pontos (volume financeiro de R$ 565 milhões). O EMBI+ brasileiro estava em 228 pontos centesimais às 13h.
Shiguemi Fujisaki, da Corretora Socopa, disse que a cotação baixa do dólar atrai alguns investidores, que saem às compras pela manhã e acabam elevando a moeda. Mas a tendência do dólar, de acordo com ele, ainda é de queda, principalmente se for criada uma medida para a redução dos impostos para investidores estrangeiros, como vem indicando o governo.
- A redução de impostos para os investidores estrangeiros vai atrair capital. A esperança de uma alta do dólar seria a entrada mais pesada do Banco Central no mercado para a reposição de reservas - disse Fujisaki.
A moeda americana fechou em queda, nesta terça, pelo quinto dia consecutivo. Para o analista da Socopa, "até que se prove o contrário", o superávit comercial brasileiro vai continuar favorável, elevando as exportações e trazendo mais dólar para o Brasil. Durante um seminário em São Paulo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, defendeu mudanças no câmbio e disse que as exportações estão perdendo o dinamismo.
- Mas o projeto de mudança no sistema cambial não acontece este ano. É coisa para o futuro. Quando o ministro faz um discurso desses alguém do mercado pode até pensar que algo está para acontecer, mas logo tudo volta ao normal. O mercado cambial continua ladeira abaixo - disse Fujisaki.
Nesta quarta-feira, o discurso do novo presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, no Congresso americano, é o principal evento do dia. Será a primeira vez que Bernanke falará em público após sua posse, em substituição a Alan Greenspan. Os investidores querem saber se o tom de Bernanke será semelhante ao do seu antecessor, e se o processo de aumento gradual de juros nos Estados Unidos está mesmo perto do fim.
No cenário interno, um dos destaques é o dado sobre emprego na indústria brasileira em dezembro. O número de pessoas empregadas caiu pela terceira vez consecutiva. Segundo o IBGE, o emprego industrial diminuiu 0,2% em dezembro ante novembro. Na comparação com dezembro de 2004, houve queda de 0,8%. Também chama a atenção o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), que indicou inflação de 0,17%, em fevereiro, bem abaixo do 0,84% de janeiro.
Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), entre as ações mais negociadas estavam há pouco Petrobras PN, Rossi Resid ON e Cesp PN. As principais quedas eram de Tran paulista PN (6,40%), CRT Celular PNA (3,35%) e Tele Leste Celular PN (3,19%). Subiam Caemi PN (1,44%), Siderúrgica Nacional ON (1,40%) e Bradespar PN (1,31%).
Os juros futuros estão em queda nos contratos de longo prazo negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Às 12h50m, o Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2007 estava em 15,63%, contra 15,65% no fechamento anterior. O depósito de abril do ano que vem estava em 15,42%, ante 15,44% de terça-feira. Já os contratos de julho e de outubro deste ano registravam estabilidade, em 16,21% e 15,85% ao ano, respectivamente.