O empresário Abilio Diniz, ex-dono do Pão de Açúcar, aumentou de 2,4% para 5,07% sua participação no Carrefour global, tornando-se o quarto maior acionista da rede varejista francesa, atrás dos grupos franceses Arnault (do bilionário Bernard Arnault) e Motier (da família Moulin, dona da Galeries Lafayette) e do fundo de investimento americano Colony. A transação para elevar a fatia na varejista é avaliada em 630 milhões de dólares (quase R$ 2 bilhões) e foi feita por meio da Península, gestora de recursos da família Diniz. O empresário também detém, desde dezembro, 10% de participação no Carrefour Brasil.

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Desde que saiu definitivamente do Grupo Pão de Açúcar (GPA), fundado por seu pai, Valentim Diniz, em 1948, o empresário já investiu aproximadamente R$ 6,7 bilhões (valores atualizados) no Carrefour. Diniz, que foi reeleito nesta semana presidente do conselho de administração da companhia de alimentos BRF, já desembolsou quase 1,5 bilhão na fatia de 5,07% do Carrefour global, além de R$ 1,8 bilhão na compra de 10% da subsidiária brasileira. Essa fatia deve aumentar para 12% e atingir até 16% nos próximos anos.

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Embora não participe diretamente da gestão no Carrefour Brasil, o empresário já trabalha para tornar a gestão da companhia mais agressiva no país e bater de frente com seu principal concorrente, o também grupo francês Casino, dono do GPA, antigo sócio de Abílio.

Fontes de mercado afirmaram que Abilio Diniz poderá se tornar membro do conselho de administração da rede francesa e até ser indicado à presidência do colegiado, em junho, quando está prevista assembleia geral dos acionistas em Paris. A escolha de integrantes para participar do conselho de administração da companhia se dá por indicação. Os nomes, depois, são submetidos em assembleia.

De acordo com fontes de mercado, o empresário também estaria negociando a compra de uma fatia maior na rede francesa global e já teria feito contato com representantes do bilionário Bernard Arnault, dono da holding francesa LVMH, especializada em artigos de luxo, dona da Louis Vuitton, que possui aproximadamente 9% do Carrefour global. A informação já foi antecipada pela coluna Direto da Fonte, de Sônia Racy. Procurado, nenhum porta-voz da LVMH foi encontrado para comentar a informação.

Em comunicado enviado na quinta-feira (9) à imprensa, a Península informou que adquiriu nos últimos dias novas ações do Carrefour S.A e que não tem a intenção de aumentar sua participação no Carrefour S,A,. A Península tem sob sua administração cerca de R$ 10 bilhões em ativos. Entre os negócios, a Península é acionista da BRF e da Anima Educação.

A gestora de recursos tem boa de seus investimentos em ativos imobiliários, que incluem as 60 lojas alugadas para o Pão de Açúcar em regiões nobre de São Paulo, que devem gerar uma receita de R$ 185 milhões em aluguéis este ano.

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Varejo

Fontes informaram que o empresário também teria se aproximado do grupo Cencosud. A aproximação ainda é inicial e teria por objetivo uma possível união das operações dos dois grupos no país. Procurado pela reportagem, o Carrefour não comentou e Cencosud e Península negaram as informações.