As aceleradoras de negócios brasileiras (formadas por investidores que ajudam empresas iniciantes a crescer e se tornam sócios dela para lucrar depois) estão há anos em busca de um caso de sucesso: uma companhia que tenha passado por elas e que renda um bom dinheiro na hora de ser vendida. Até agora, sem sucesso. Mas isso pode ter começado a mudar.
Na quarta-feira (21), a start-up (empresa iniciante de tecnologia) brasileira ZeroPaper, dona de um sistema on-line para gestão em pequenos negócios, foi comprada pela americana Intuit, que atua no mesmo setor e faturou US$ 4,5 bilhões em 2014.
A ZeroPaper participou do processo de aceleração de negócios da 21212, do Rio de Janeiro, em 2013. A companhia também tinha participação da TOTVS Ventures e dos investidores-anjo José Schettino e Emmanuel Orillard.
Os valores da aquisição da companhia não foram divulgados, mas Frederico Lacerda, sócio-fundador da aceleradora, afirma que o dinheiro que os integrantes do grupo vão receber por sua fatia no negócio é suficiente para cobrir todo o investimento que eles já fizeram em 40 companhias.
Na fase de divulgação do programa Start-up Brasil, do governo federal, a 21212 dizia que investia entre R$ 20 mil a R$ 50 mil em cada companhia, em troca de 10% a 20% de participação.
Lacerda diz que o negócio é a primeira 'saída relevante', ou seja, com lucro, de uma aceleradora de negócios no Brasil. Para ele, trata-se da 'comprovação' de que o modelo pode funcionar no país. 'Para que ele seja sustentável, precisa haver outras saídas, mas precisávamos que houvesse a primeira', diz o executivo.
Esses grupos ainda têm dificuldades para vender suas participações no país e conseguir reaver o investimento feito por causa disso, alguns deles procuraram alternativas para faturar, como oferecer serviços de educação para futuros empreendedores, universidades ou empresas.
André Macedo, 35, presidente-executivo da ZeroPaper, diz que a decisão de vender a empresa foi tomada, entre outros motivos, para conseguir atender mais clientes sem precisar mudar a plataforma: o sistema de gestão funciona bem para microempreendedores individuais e microempresas, mas não é tão completo para companhias maiores.
'Muita gente saía do ZeroPaper porque precisava de um serviço com mais funcionalidades', diz Macedo. Com a aquisição, usuários cujos negócios crescerem e precisarem de mais funções, como controle de estoque ou inventário, serão direcionados para serviços como o Quickbooks, que pertence à Intuit.
Segundo Macedo, o sistema brasileiro, que tem 450 mil usuários, entre pagantes e gratuitos, já dá lucro. A companhia, hoje com dez funcionários, vai se mudar de Brasília para São Paulo.
Governistas querem agora regular as bets após ignorar riscos na ânsia de arrecadar
Como surgiram as “novas” preocupações com as bets no Brasil; ouça o podcast
X bloqueado deixa cristãos sem alternativa contra viés woke nas redes
Cobrança de multa por uso do X pode incluir bloqueio de conta bancária e penhora de bens
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast