Dólar à vista subiu 0,81%, a R$ 2,642

O clima de aversão ao risco causado pelo medo de racionamento de energia no Brasil e o fraco volume de negócios por causa do feriado nos EUA colaboraram para aumentar a pressão no mercado de câmbio.

Com maior procura por aplicações consideradas de menor risco, como a moeda americana, a cotação do dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,81%, a R$ 2,642. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 1,29%, para R$ 2,656.

Nem mesmo as atuações do Banco Central no câmbio amenizaram a alta da moeda americana. O BC deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 2.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 98,4 milhões.

A autoridade também promoveu um outro leilão para rolar 10 mil contratos de swap que venceriam em 2 de fevereiro, por US$ 489 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 56% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, equivalente a US$ 10,405 bilhões.

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Depois de duas altas consecutivas, o principal índice da Bolsa brasileira começou a semana no vermelho, pressionado por ações do setor elétrico, após um apagão nesta segunda-feira (19) ter atingido pelo menos oito estados e o Distrito Federal.

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O medo de um racionamento de energia no país, segundo analistas, também intensificou a perda das ações de outros setores importantes da Bolsa, como o de bancos e o de matérias-primas, visto que uma crise elétrica causaria impacto negativo para o já enfraquecido desempenho econômico do país. O temor pressionou o dólar, que subiu.

A desvalorização do Ibovespa foi de 2,57%, para 47.758 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,942 bilhões, abaixo da média diária do ano, de R$ 6,406 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.

Setor elétrico

As companhias do setor elétrico estiveram entre as maiores quedas do Ibovespa no dia, puxadas por CPFL (-7,30%, para R$ 17,52), Light (-6,59%, para R$ 14,75), Cemig (-6,38%, para R$ 11,60), Tractebel (-6,31%, para R$ 31,46), Copel (-5,99%, para R$ 32,15) e Energias do Brasil (-5,85%, para R$ 8,53).

A Cesp caiu 4,71%, para R$ 24,30, enquanto as ações preferenciais da Eletrobras, com direito a voto, perderam 4,26%, para R$ 7,41. Os papéis ordinários da estatal, com direito a voto, tiveram desvalorização de 3,92%, para R$ 5,39. O índice de energia elétrica da Bovespa teve baixa de 4,61%.

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"As ações do setor elétrico já vinham caindo desde cedo, mas ampliaram as baixas com a notícia sobre o apagão. Falta solidez nesse setor, que precisa de investimentos, mas não consegue captar recursos", diz Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer.

O analista Felipe Miranda, da Empiricus Research, avalia em nota que o apagão desta segunda reforça "a tese de colapso do setor elétrico do país".A falta de energia ocorreu em função de um corte solicitado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) junto às distribuidoras. "A coisa vai piorar", diz Miranda. "Já se fala em queda de 1,5% do PIB [Produto Interno Bruto] caso haja racionamento de energia", completa.