Oposição
A principal resistência que o primeiro-ministro Alexis Tsipras terá no seu país será a reforma no sistema previdenciário. Ele prometeu em Bruxelas arrecadar mais 1,1% do PIB (2,5 bilhões de euros) com mudanças no setor. O ponto mais delicado é a redução de benefícios para quem optar pela antecipação da aposentadoria – entre as medidas está o limite de 67 anos para se aposentar em 2025.
Os líderes da zona do euro anunciaram que o acordo para evitar o calote da Grécia avançou e pode ser selado na quarta-feira (24). Depois de quatro horas de reunião em Bruxelas, os chefes dos países do bloco avaliaram nesta segunda (22) como positiva a nova proposta grega, faltando apenas detalhes técnicos com os credores para ser aceita e ratificada.
Em Atenas, gregos fazem protesto para mostrar apoio ao euro
Milhares de pessoas se reuniram em frente ao Parlamento grego nesta segunda-feira (22) para mostrar apoio à permanência do país na zona do euro, enquanto líderes do bloco monetário se reuniam em Bruxelas para discutir o futuro do país. A manifestação pró-euro, a segunda deste tipo em uma semana, ocorreu um dia depois de um protesto contra a austeridade, em apoio à postura do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, frente aos credores.
Como nas manifestações recentes, a desta segunda não conseguiu reunir as dezenas de milhares que compareceram no passado. No entanto, revelou o crescimento da ansiedade e do medo entre os gregos sobre o fracasso das longas negociações.
Os milhares de manifestantes na praça central de Atenas representam uma amostra diversificada da sociedade grega, de jovens mães com crianças a estudantes, trabalhadores e pensionistas, ávidos por enviar uma mensagem aos líderes europeus.
Alguns seguravam bandeiras da União Europeia ao lado de bandeiras gregas e faixas com dizeres como “Sim ao euro, Não ao rublo” – uma referência à aproximação de Tsipras com a Rússia – e aplaudiram quando uma grande bandeira grega foi colocada na parede em frente ao Parlamento.
“Um resultado pode ser atingido na noite de quarta-feira e apresentado na quinta (25) pela manhã”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. “Nós avançamos e todos os lados estão comprometidos em buscar solução”, ressaltou. Já o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse estar “convencido” de que a negociação vai ser “finalizada” nesta semana.
A ideia é que os ministros de Finanças da zona do euro se reúnam na quarta à noite para definir o assunto antes de quinta (25), quando começa um encontro de dois dias, sobre outros temas, entre os líderes da União Europeia.
Depois de dias de conversas frustradas, lideranças se encontraram para analisar a proposta feita no domingo (21) pela Grécia para pagar uma dívida de 1,6 bilhão de euros com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que expira no próximo dia 30. Para quitá-la, o país tenta desbloquear 7,2 bilhões de euros, a última parte do socorro de 240 bilhões de euros recebido do FMI e BCE (Banco Central Europeu) desde 2010.
Sob risco de ser obrigado a sair da zona do euro e com o prazo se esgotando, o governo grego cedeu às exigências de compromissos fiscais e apresentou um pacote que aumenta a arrecadação em 8 bilhões de euros até o fim de 2016. A proposta inclui nova incidência de impostos e reforma na Previdência, como queriam os credores.
A reunião contou com a presença da chanceler alemã, Angela Merkel, um dos principais interlocutores das negociações com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza. A Grécia se comprometeu com reformas que devem aumentar a arrecadação em 1,57% do PIB neste ano (2,7 bilhões de euros) e em 2,9% em 2016 (5,2 bilhões de euros). Somente por meio de uma reforma no IVA, o imposto de valor agregado, os gregos prometem gerar 1,4 bilhão de euros. A proposta menciona três faixas de incidência, de 23%, 13% e 6%, sendo alimentos, energia e hotelaria no patamar intermediário.
Efeito
O efeito do calote no FMI seria imediato, com os bancos gregos tendo de conter saques –pelo menos 5 bilhões de euros foram retirados na semana passada. A Grécia cresceu 0,8% em 2014, mas o desemprego continua o maior da Europa (25%), a dívida pública ronda 175% do PIB (era 129% em 2009) e a economia encolheu 25% em cinco anos.
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