A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça entre 3% e 3,5% em 2012, com forte influência do varejo, que deve ter alta entre 4% a 5%. "Podemos ter um 2012 relativamente bom, mas para o varejo um pouco melhor do que para o setor industrial", avaliou o superintendente da entidade, o economista Marcel Domingos Solimeo.
Para a ACSP, o contínuo crescimento da renda e da oferta de emprego, mesmo em ritmo moderado, e a manutenção das políticas de transferência de renda vão favorecer a atividade econômica no próximo ano. Mesmo com o aumento do endividamento total das famílias e o comprometimento da renda com o pagamento de financiamentos, a ACSP acredita que ainda há espaço para o aumento do consumo em 2012, principalmente das classes C, D e E.
Mas o que preocupa a ACSP é a contínua desaceleração da atividade da indústria, que sofre com a agressiva concorrência externa (mais especificamente de produtos chineses) e pela taxa de câmbio. Segundo Solimeo, o governo precisa ir além da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular o crescimento. "Melhor do que ficar com o casuísmo do IPI, seria reduzir o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), seria o Banco Central continuar reduzindo a taxa Selic", propôs.
A ACSP prevê que a inflação deva ficar "no limite do limite" em 2011, ou seja, em 6,5% (dentro do limite de dois pontos porcentuais acima da meta de 4,5%). Já em 2012 a entidade acredita que o governo não conseguirá atingir a meta de inflação porque terá de concentrar esforços no crescimento. "O que se pode esperar é conviver com uma taxa de inflação mais alta", disse.
Em relação ao cenário internacional, a entidade aposta que a crise no sistema financeiro e na Zona do Euro vai continuar. "O cenário internacional não vai se resolver, mas também não vai explodir."
Bom Natal em 2011
A ACSP estima que as vendas do varejo devem registrar um aumento em torno de 2% neste Natal, contra um crescimento de 10% em 2010. Ainda assim, a Associação Comercial considera que o Natal de 2011 será positivo para o comércio. "Deve ser um bom Natal, nada de extraordinário", previu Solimeo.
Segundo o superintendente da entidade, 2010 foi um ano atípico nas vendas devido às medidas do governo para estimular o consumo ao aumento do gasto público, já que era ano eleitoral, e à grande quantidade de crédito disponível. "O ano passado foi extraordinário, mas era um ritmo insustentável para a economia."
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