Os aeroviários -funcionários de companhias aéreas que trabalham em terra- dos aeroportos de Guarulhos (Cumbica) e Recife aprovaram nesta quinta-feira (22) proposta de reajuste salarial de 6,5 por cento, informou à Reuters o sindicato da categoria nesta quinta-feira.
Ainda não há, contudo, uma definição no âmbito nacional, de acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA). Desta forma, a expectativa é de que a greve de 24 horas planejada para acontecer a partir das 23h desta quinta-feira não ocorra.
Já os aeronautas -que trabalham nas aeronaves, como pilotos e comissários- aprovaram em caráter nacional o reajuste de 6,5 por cento proposto pelas companhias.
Na quarta-feira (21), uma fonte do governo e uma ligada aos sindicatos disseram à Reuters que as empresas aéreas e os sindicatos dos funcionários estavam perto de chegar a um acordo para impedir a greve.
Segundo ambas as fontes, o governo pressionou para que as empresas aéreas elevassem a proposta de reajuste salarial dos aeronautas e aeroviários para 6,5 por cento.
Na quarta-feira, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou, caso haja a greve, que pelo menos 80 por cento dos aeronautas e aeroviários deverão trabalhar nas vésperas de Natal e também do Ano Novo (dias 23, 24, 29, 30 e 31).
Paralisação em Congonhas
Na manhã desta quinta-feira os aeroviários que operam no aeroporto de Congonhas (SP), o mais movimentado do Brasil, entraram em greve, exigindo maior aumento salarial.
Segundo o Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo, cerca de 400 pessoas aderiram à paralisação no aeroporto da região sul da cidade, mas o movimento foi suspenso até que seja divulgada a decisão do Tribunal Regional do Trabalho a respeito dos reajustes.
Segundo o SNA, no aeroporto de Congonhas os funcionários são ligados ao sindicato paulista da categoria, enquanto nos aeroportos restantes eles respondem à Central Única dos Trabalhadores (CUT).
De acordo com a Infraero, às 16h Congonhas registrava 44,8 por cento de atraso em seus voos, com 16,2 por cento de cancelamentos num total de 154 voos.
Segundo o diretor do sindicato paulista, Francisco Alves da Silva, os trabalhadores paralisados em Congonhas eram das áreas de planejamento e carregamento e manutenção, mas nas áreas de check-in e check-out alguns funcionários também aderiam ao movimento.
A Gol informou, por meio de comunicado, que todos os seus funcionários estavam trabalhando normalmente em Congonhas.
"A companhia esclarece que algumas de suas decolagens sofrem atraso por causa de uma manifestação sindical que impacta as operações de todas as empresas no aeroporto de Congonhas", disse a empresa.
Já a TAM relatou estar "totalmente empenhada" em normalizar suas operações e que funcionários do setor de rampa (responsáveis pelo manuseio de cargas e bagagens e pelos equipamentos de solo que atendem as aeronaves) aderiram à paralisação.
"A pontualidade está voltando aos índices normais, depois de alguns atrasos e cancelamentos causados pela manifestação", informou a companhia aérea, também por meio de comunicado.
A empresa afirmou ainda que na última terça-feira reajustou os pisos salariais em 10 por cento, o que inclui os funcionários de rampa, além de um reajuste de 6,17 por cento a todos os funcionários da companhia. A TAM disse ainda que elevou em 10 por cento o valor do vale-refeição e criou piso salarial para a função de Operador de Equipamento, no valor de mil reais.
"Esses valores são os mesmos já aceitos pelos aeroviários do Rio de Janeiro e de Manaus, cujos sindicatos assinaram acordo com as companhias na última terça-feira," disse a nota.
Segundo Silva, do sindicato paulista, a categoria cobra reajuste do piso salarial em 15 por cento e de 10 por cento para as outras faixas de rendimento. Enquanto isso, as empresas oferecem a reposição de inflação, em um índice de cerca de 6,2 por cento.
A categoria deve se reunir à tarde no Tribunal Regional do Trabalho para discutir o reajuste com as empresas, disse Silva.
Em Cumbica, maior portão de entrada e saída de voos internacionais do Brasil, os atrasos atingiam, às 16h, 16,8 por cento dos voos nacionais e 20 por cento dos internacionais.
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