As agências bancárias de Curitiba que não se adequarem à lei que as obriga a instalarem biombos nos caixas físicos poderão perder o alvará de funcionamento. A lei 12.812/08 determina que esses equipamentos sejam colocados para impedir que as pessoas que estão nas filas possam visualizar as operações que estão sendo feitas nos caixas.
Mas, algumas agências da capital estão descumprindo a lei. Fiscais da prefeitura e vereadores de Curitiba visitaram na tarde desta quinta-feira (4) nove agências bancárias da capital, na Avenida Marechal Deodoro, no Centro de Curitiba, para saber se a lei estava sendo cumprida. O resultado da fiscalização foi que quatro foram multadas e apenas três estavam de acordo com o que determina lei. Além dessas, uma tinha biombos protegendo apenas a metade dos caixas e outra ainda não tinha sido notificada do problema.
As quatro agências multadas já tinham sido fiscalizadas pela prefeitura e pelos vereadores em uma operação feita em agosto de 2008. Como ainda não se adequaram à lei, foram autuados nesta quinta-feira.
A multa aplicada foi de R$ 200, e irá dobrar de valor até atingir o montante de R$ 25,6 mil (no oitavo dia). Os bancos devem informar à Secretária Municipal de Urbanismo quando fizeram as alterações. Se isso não acontecer, os fiscais da prefeitura retornarão às agências e poderão cassar o alvará de funcionamento desses estabelecimentos.
Os vereadores que participaram da fiscalização foram Paulo Frote (PSDB), autor da lei, Algaci Túlio (PMDB) e Serginho do Posto (PSDB).
Outras ações
Outra iniciativa que ajudaria a coibir os crimes é a proibição do uso de celulares no interior das agências. De acordo com a Polícia Civil, os bandidos passam informações a comparsas pelo telefone, sobre a movimentação de clientes, segundo informações do telejornal ParanáTV. De acordo com o delegado Luiz Carlos Oliveira, na Paraíba, essas medidas de segurança ajudaram a reduzir em 70% os assaltos a usuários na saída das agências bancárias. "Todos nós deveríamos adotar essas medidas, inclusive a proibição do uso de bonés nas agências", disse o delegado.
Esses recursos poderiam ter ajudado a impedir a morte de Valmir Lara, assassinado neste ano, depois de ter sacado R$ 10 mil em um banco de Curitiba. O ParanáTv mostrou que ele estava sendo observado por suspeitos desde o momento em que retirava o dinheiro no guichê.
Novas imagens que estão sendo analisadas pela Polícia demonstram que o carro onde Valmir estava logo após deixar o banco foi seguido por um homem de motocicleta. Assim que a vítima estacionou o carro, o bandido parou atrás. Depois de uma suposta discussão, o homem disparou tiros e fugiu.
Há seis meses, José Niczay Sobrinho, dono de um restaurante em Curitiba, foi morto depois de sacar R$ 3 mil em uma agência. Apesar de as imagens de segurança dos bancos mostrarem que os suspeitos acompanharam toda a movimentação da vítima dentro do banco, até hoje ninguém foi preso. Em março de 2008, a pró-reitora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Maria Martineli de Oliveira, foi assassinada quando chegava em casa, depois de ter sacado dinheiro em um banco.
O ParanáTV também mostrou o caso de o funcionário de uma empresa que escapou do assalto por sorte. As imagens das câmaras de segurança mostram o carro entrando na empresa, depois de o funcionário ter sacado R$ 14 mil no banco. Assim que o veículo entrou no prédio, dois homens que haviam seguido o veículo de moto seguram o portão eletrônico. Com uma arma nas mãos, um dos homens chegou a entrar na garagem, mas recuou ao perceber que havia outro portão, que já estava fechado.