Mercado diz que Brasil vai crescer 2,5%
Pela segunda semana seguida, o mercado financeiro piorou as previsões para o ritmo de crescimento da economia em 2009. Na pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC), a mediana das previsões para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano caiu de 2,8% para 2,5%. Há um mês, o mercado previa 3% de expansão. Para 2008, a expectativa manteve-se em 5,24%, ligeiramente superior ao patamar visto há quatro semanas, quando estava em 5,23%.
Na mesma pesquisa, analistas também reduziram a projeção para o crescimento da produção industrial em 2009, de 3,1% para 3,05%. Para 2008, após os números ruins de outubro, a estimativa de crescimento do segmento caiu de 5,76% para 5,47%. Há um mês, o mercado esperava expansão industrial de 3,7% e 5,77%, respectivamente.
Juros
O mercado financeiro está mais otimista com as perspectivas de um início de processo de queda dos juros básicos em 2009. Para a última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa hoje, no entanto, a previsão é que os diretores da autoridade monetária mantenham a taxa Selic estável em 13,75% ao ano.
De acordo com a pesquisa, a mediana das previsões para o patamar do juro no fim do próximo ano caiu de 13,5% para 13,25% ao ano. Com a redução, o número retornou ao patamar visto há um mês. A queda do número indica que o mercado espera duas reduções de 0,25 ponto porcentual no decorrer do próximo ano.
Câmbio
O mercado financeiro fez mais uma rodada de elevações nas projeções para o dólar. A previsão para a taxa de câmbio no fim de 2009 subiu de R$ 2,15 para R$ 2,20. Há um mês, analistas esperavam dólar a R$ 2,01 no fim de dezembro do próximo ano. Para o câmbio no fim de 2008, as projeções também subiram e a estimativa passou de R$ 2,20 para R$ 2,27. Há quatro semanas, a previsão estava em R$ 2,05.
Agência Estado
Depois de um período de forte crescimento, acima inclusive do desempenho nacional, a economia do Paraná vai enfrentar tempos difíceis em 2009. A crise internacional e a queda dos preços das commodities agrícolas devem afetar o Produto Interno Bruto (PIB) do estado no próximo ano. Para 2008, mesmo com os reflexos do choque global, a previsão do Ipardes é de um incremento de 5,8%, contra uma projeção de 5,2% para o Brasil. "Em 2009 não vamos crescer nessa mesma proporção", adianta Julio Suzuki, pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
O instituto não faz estimativas para o próximo ano, mas alguns analistas acreditam que o crescimento do PIB do Paraná possa cair de 5,8% para níveis próximos de 3% no ano que vem. "Não existe país nem estado blindado contra a crise", acrescenta Suzuki. O Paraná encerrou 2007 com um PIB a soma de todas as riquezas produzidas em um ano de R$ 145,6 bilhões.
Para o economista Gilmar Mendes Lourenço, coordenador do departamento de ciências econômicas da Unifae, o cenário é ainda pior. "Em 2009, o Paraná vai crescer menos do que o Brasil", prevê. A crise prejudica setores-chave para a economia do estado, como agricultura, construção civil e indústria automobilística. A queda no preço das commodities agrícolas reduz a renda do campo, com reflexo no comércio e no setor de serviços no interior do estado. Nos últimos anos, graças aos recordes de preços de commodities, o poder de consumo dobrou de tamanho nos municípios com economias atreladas ao agronegócio.
Segundo Carlos Augusto Albuquerque, assessor da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o dólar forte não será suficiente para compensar a baixa cotação dos produtos no mercado internacional. "Além disso, temos estoques elevados. No caso do milho, por exemplo, há 6 milhões de toneladas dessa safra que estão nos armazéns. E não sabemos como será a demanda para 2009."
As indústrias automobilística e de eletrodomésticos, cujas vendas dependem principalmente de financiamentos, já vêm tombando com a escassez de crédito no mercado. A fabricante de caminhões Volvo demitiu 430 pessoas na fábrica de Curitiba na semana passada. As montadoras Volkswagen e Renault, com fábricas em São José dos Pinhais, região metropolitana da capital, já concederam férias coletivas. A Electrolux, que faz eletrodomésticos de linha branca em Curitiba, demitiu 50 pessoas. "Esses setores já começaram a sentir os efeitos da crise neste ano, que deverão se manter em 2009", diz Roberto Zurcher, economista do departamento econômico da Fiep.
A recessão nos países desenvolvidos e o câmbio devem prejudicar o comércio exterior do estado. Em outubro, as exportações paranaenses caíram 10,59% em relação ao mês anterior. De acordo com Zurcher, os exportadores continuam com dificuldade para encontrar crédito e os importadores terão de enfrentar a alta de custos por conta do dólar alto.
Zurcher prevê um crescimento menor de cerca de 3% para o PIB paranaense no próximo ano mas descarta a possibilidade de o estado ter um resultado inferior ao nacional. A previsão do governo federal para o PIB brasileiro é de um avanço de 4%, mas o mercado financeiro já trabalha com previsões de 2% a 2,8%. "O impacto maior virá em 2010. Ao mesmo tempo, temos alguns investimentos importantes em andamento, como o da Petrobras, cujo projeto de expansão vai até 2011 e terá impacto positivo no ano que vem", ressalta.
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