A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou em alta sua previsão para a demanda mundial de petróleo em 2009, para uma média de 83,94 milhões de barris por dia. A estimativa é 190 mil barris superior à anunciada pela agência sediada em Paris em julho, mas ainda representa uma queda de 2,7% em comparação com o nível do ano passado. A nova previsão está em linha com os níveis de consumo de 2005, um sinal de que a demanda da commodity segue fraca.
A revisão ocorreu por causa da melhoria da atividade na Ásia, mas a AIE alertou que países de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), como a Rússia, estão produzindo cerca de 160 mil barris de petróleo por dia a mais este ano do que o esperado antes. Segundo a AIE, esse aumento da oferta pode cancelar parte do efeito de alta da demanda sobre os preços.
Desde janeiro, a AIE já revisou em alta sua previsão de fornecimento de petróleo pela Rússia, em um total de 360 mil barris por dia. Novos campos estão entrando em operação no oeste da Sibéria e a melhoria da tecnologia tem conseguido extrair mais hidrocarbonetos dos campos atuais. A agência prevê que a demanda global por petróleo irá crescer 1,6% no ano que vem.
O grupo também afirmou que o rali do petróleo pode estimular a formação de estoques de derivados para fins especulativos por parte de refinadoras e motoristas na China, na expectativa de que Pequim irá reverter um corte recente dos preços desses produtos ao consumidor, dentro de sua política de controle instituída no início do ano.
A AIE revisou sua previsão de demanda de petróleo pela China em 130 mil barris por dia este ano e em igual magnitude para 2010. Assim, a agência prevê que a demanda por petróleo pela China vai ficar em 8,1 milhões de barris em média por dia este ano e em 8 4 milhões de barris em 2010. A AIE também revisou em baixa sua previsão para a atividade global de refino no terceiro trimestre para 72 milhões de barris por dia, 2 milhões de barris por dia a menos em relação a igual período do ano passado. A estimativa também é 400 mil barris por dia menor do que a traçada no relatório de julho.
Entre os países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), a previsão é que a atividade de refino irá cair em 1,8 milhão de barris por dia no terceiro trimestre em comparação com o registrado em igual período do ano passado, para 35,8 milhões de barris por dia.