O presidente-interino da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Agusto de Castro, disse que ainda não é possível comemorar o dólar da R$ 2, porque ainda não dá para saber se a moeda vai se manter neste patamar.
"É um dólar virtual, mas não se se sabe se vai se transformar numa taxa real", disse Castro nesta segunda-feira (14) durante o 24º Fórum Nacional, organizado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso.
Segundo Castro, o dólar chegou a este nível por causa da crise na Grécia e na Europa e seu desempenho vai depender exatamente do cenário externo. Na sua avaliação, a taxa de equilíbrio seria R$ 2,20, mas ele mesmo reconhece que sua expectativa é que o câmbio volte ao patamar de R$ 1,80 a R$1,85.
"De qualquer jeito é um alento. Há muito tempo não chegamos a esses R$ 2". Segundo ele, com a cotação de R$ 2,20, as empresas que hoje importam apenas pela taxa de câmbio, passariam a importar pela necessidade e haveria um equilíbrio na balança comercial.
"Mas ainda não é possível ver o impacto desse novo dólar no desempenho da balança. O que se percebe é a redução dos preços das commodities. Hoje,71% das exportações brasileiras são de commodities. E os balanços das empresas (no terceiro trimestre) deve apresentar esse impacto das commodities".
A despeito da importância do dólar, Castro afirmou que esse é apenas um dos componentes que travam a competitividade da indústria brasileira. "Se nós tivéssemos hoje uma boa infraestrutura, uma carga tributária menor, um custo financeiro menor e menos burocracia, ou seja, uma logística adequada, ninguém estaria discutindo a taxa de câmbio".
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