A companhia aérea Air France vai cortar quase mil postos de trabalho no próximo ano, disse o presidente-executivo da empresa Air France-KLM, Alexandre de Juniac, neste domingo (18). O número é quase um terço das 2.900 demissões anunciadas em um plano para 2016/2017, o que desencadeou conflitos com alguns funcionários.
Parte de um plano de reestruturação, o corte de empregos em 2016 será composto por demissões voluntárias e as perdas de postos em 2017 podem ser evitadas se as negociações em curso com sindicatos levarem a um acordo sobre medidas alternativas para economizar.
“2016 já começou e apenas a segunda parte do plano, em 2017, continua sendo negociável”, afirmou Juniac.
Questionado sobre o número de demissões, o executivo foi evasivo, mas respondeu “menos que isso” ao ser indagado sobre mil cortes de postos de trabalho em 2016.
O número será debatido no próximo comitê central da empresa, na quinta-feira (22).
Polêmica
O grupo anunciou em 5 de outubro a previsão de um total de 2.900 demissões para os próximos dois anos, após os sindicatos de pilotos recusarem a proposta de melhora da competitividade da diretoria. O principal pedido, que os pilotos voem cem horas a mais ao ano pelo mesmo salário, é rejeitado pela categoria.
Seis sindicalistas da Air France foram detidos na segunda (12) por causa de agressões a diretores da companhia aérea em 2014, entre eles o diretor de recursos humanos, Xavier Broseta, que teve a camisa arrancada durante um protesto contra o plano de cortes. A imagem foi divulgada em todas as televisões e teve grande repercussão no país.
Os detidos foram identificados graças às imagens de vídeo registradas durante os incidentes, que ocorreram quando um grupo de sindicalistas invadiu a reunião do Comitê de Empresa em que a diretoria explicava o plano de cortes aos sindicatos.
Essa invasão causou a suspensão da reunião e no momento em que alguns diretores quiseram abandonar o local foram abordados por sindicalistas.
Os cortes de empregos em 2016 serão demissões voluntárias e as perdas de postos em 2017 podem ser evitadas se as negociações em curso com sindicatos levarem a um acordo sobre medidas alternativas para economizar até o início do próximo ano, afirmou Alexandre de Juniac em uma entrevista.
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