As vendas em leilões não parecem sofrer com a crise: as casas Christie's, Sotheby's e Artcurial terminaram o ano em alta na França, e as do hotel Drouot registraram, também, um avanço, mesmo o mercado tendo se mostrado um pouco mais tenso no segundo semestre.
Assim como no ano passado, as filiais em Paris das inglesas Christie's e Sotheby's, que mantêm uma concorrência obstinada para atrair vendedores e coleções, chegaram ao final do ano lado a lado com as casas da França.
A Christie's ficou em primeiro lugar, repetindo o feito de 2010, com vendas de mais de 195 milhões de euros, em alta de mais de 10% em relação aos 176,5 milhões de euros do ano passado.
Foi seu terceiro melhor ano, após um 2009 marcado pela venda excepcional das coleções Yves Saint Laurent e Pierre Bergé. Em 2011, ela realizou 21 vendas acima do milhão de euros.
Atrás vem a a Sotheby's, com negócios de 190 milhões de euros, em alta de 8,6% em relação aos 175 milhões de 2010 - um recorde histórico na França em dez ano com, agora em 2011, 29 obras de arte arrematadas por mais de um milhão de euros.
A francesa Artcurial Briest Poulain F.Tajan se posiciona em terceiro lugar, com o resultado, também, "mais importante de sua história".
Registrou negócios de 127 milhões de euros, em alta de 23% em relação a 2010, graças, principalmente, a sete lotes vendidos por mais de um milhão de euros, entre eles um quadro de Nicolas de Staël, arrematado por sete milhões de euros.
Já o hotel de vendas parisiense Drouot anunciou cifras em alta de pelo menos 7,7% com 475 milhões de euros; 15 obras de arte foram arrematadas por mais de um milhão de euros.
Um segundo semestre mais difícil
Os números mostram que o setor de leilões resistiu bem à crise econômica na França, e até continuou a crescer.
"Pode-se dizer que o mercado francês do setor se comporta bem, como acontece no resto do mundo", destacou Francis Briest, co-presidente da Artcurial.
"A economia hoje não nos incomoda muito. Ao contrário, ela nos ajuda, talvez", acrescentou, considerando que basta um pequeno desvio do dinheiro da Bolsa", com movimentação incerta em tempos de crise financeira, para excitar o mercado de leilões, que soma um bilhão de euros por ano na França.
De forma geral, as vendas de obras-primas e de peças de arte comportaram-se muito bem em 2011, destacam os profissionais, com arremates muitas vezes feitos por compradores estrangeiros ricos, mas a crise foi sentida nas vendas de menor prestígio, particularmente no segundo semestre.
Para o presidente da Sotheby's France, Guillaume Cerutti, se numa primeira leitura "o mercado de arte resiste muito bem no contexto econômico, sabemos que é muito mais exigente, as coisas são menos fáceis".
"As vendas no segundo semestre, com algumas exceções, foram mais difíceis", comenta.
"Sofremos os efeitos da crise, não em relação às obras-primas e às peças mais importantes, para as quais há uma concorrência que faz com que sejam negociadas por preços extremamente altos", reforçou François de Riqlès, presidente da Christie's francesa.
"Os efeitos da crise se fazem sentir nos objetos de nível médio ou mais baixo", acrescentou.
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