Um dia após o aumento da gasolina e do etanol em Curitiba, consumidores criaram um grupo no Facebook para trocar informações sobre os preços dos combustíveis. Os internautas compartilham os endereços dos postos que praticam os preços mais baixos. Há ainda o pedido para que os consumidores "boicotem" os estabelecimentos com os preços mais altos. Até as 11h40 desta quinta-feira (1º), 495 pessoas faziam parte do grupo na rede social.
O aumento dos preços dos combustíveis foi relatado à Gazeta do Povo, por meio do Facebook, por consumidores que verificaram a subida repentina na quarta-feira (31). O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR) confirmou a alta.
Leitores da Gazeta do Povo afirmaram, por meio de relatos no Facebook, que havia postos cobrando, por litro, R$ 2,99 pela gasolina e R$ 1,99 pelo etanol. O último levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre os dias 21 e 27 de outubro, mostra que, nesse período, o preço médio da gasolina em Curitiba era de R$ 2,46 e do etanol R$ 1,82.
O aumento, portanto, pode chegar R$ 0,53 no caso da gasolina e a R$ 0,17 no caso do etanol, se comparados os preços informados pelos leitores do jornal e as médias verificadas recentemente pela ANP.
A reportagem intitulada "Postos aumentam preço da gasolina e do etanol em Curitiba" recebeu aproximadamente 250 comentários. Os leitores discutiram a questão e, quase em sua totalidade, reclamaram do aumento.
"Na segunda-feira volta ao normal [o preço praticado pelos postos]. Isso é por causa do feriado, onde quase toda a população irá viajar", afirmou o internauta Ivan Santos.
A reclamação do internauta Fagner Lopes foi ainda mais enfática. "Acho simplesmente um absurdo e uma tremenda falta de respeito ao consumidor o Sindicombustíveis dizer que o preço do combustível está voltando ao seu patamar normal. Há tempos não via o preço da gasolina tão alto em Curitiba. No posto onde geralmente abasteço meu carro, na terça-feira de manhã, o preço da gasolina estava [RS] 2,29 e, em apenas 24 horas, subiu para [R$] 2,89. Não existe explicação plausível para uma variação de 21% do dia para a noite. Espero que as autoridades acompanhem isso de perto", disse ele.
Procon e Ministério Público
O Procon-PR informou que vai verificar as razões da subida repentina e analisar a uniformidade dos preços. Já a Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Paraná, por meio da assessoria de imprensa, informou que o fato de essa readequação de preços ter sido feita em uma véspera de feriado pode caracterizar oportunismo dos donos de postos, o que, se confirmado, caracterizaria uma prática abusiva. A promotoria estuda entrar com medida cautelar.
Sindicombustíveis: preço abaixo de custo
O presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Fregonese, avalia avalia que a subida de preços verificada entre terça e quarta-feira se deu porque os valores cobrados pelos postos estavam muito baixos. "O mercado de Curitiba tem uma concorrência muito grande e havia postos vendendo combustível abaixo do preço de custo. Não há milagre, se o valor estava muito baixo é porque havia fraude. Houve uma readequação de preços e a tendência era que o valor ficasse em um patamar mais alto", explica Fregonese.
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