Economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus, realizada semanalmente, encostaram a previsão do IPCA deste ano nos 10%, já que a mediana das expectativas indica que a inflação oficial fechará em 9,99%.
Na sexta-feira (6), o IBGE divulgou a taxa de outubro, que ficou em 0,82% no mês, acumulando 9,93% no ano. Para 2016, o índice está em 6,47%, cada vez mais próximo do teto do meta do governo, que é de 6,5%. Já as previsões para o PIB deste ano e do próximo voltaram a piorar e acredita-se que a economia pode encolher quase 2% no ano que vem.
De acordo com o relatório divulgado nesta segunda-feira (9) pelo BC, a expectativa para a inflação deste ano passou de 9,91% na semana passada para 9,99%. Esta foi a oitava elevação consecutiva. Alguns analistas já acreditam que a taxa do ano pode chegar a 11%, caso o governo eleve a Cide — tributo cobrado no preço da gasolina — como forma de compensar a não aprovação da CPMF.
Para o ano que vem, a taxa prevista para o IPCA subiu pela 14ª semana consecutiva e de forma ainda mais expressiva, passando de 6,29% para 6,47%. O economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, é bem mais pessimista que a mediana do Focus e acredita que a taxa pode chegar aos 8% no fim de 2016. A meta oficial de inflação é de 4,5%, podendo variar dois pontos para cima ou para baixo.
PIB
A previsão para o desempenho da economia para este ano caiu pela 17ª vez. Os economistas acreditam que haverá um recuo de 3,10%, ante 3,05% da semana passada. Já a perspectiva para 2016 se deteriorou de forma mais intensa e se aproxima de uma contração de 2%. Na quinta revisão para baixo seguida a expectativa passou de -1,51% para -1,90%.
A taxa básica de juros, a Selic, foi mantida nos atuais 14,25% já em vigor pela 15ª semana seguida. Para 2016, porém, os economistas elevaram a previsão de 13% para 13,25%.
Câmbio
Já a cotação do dólar frente ao real foi mantida sem alterações. Para este ano a taxa segue em R$ 4 pela quinta vez consecutiva, enquanto para 2016 está em R$ 4,20 pela segunda semana.