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Combustíveis

ANP admite que governo controla oferta de diesel após parada da Repar

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmou que a oferta de diesel está sendo controlada no Sul do país, com uma corrida de distribuidoras tentando comprar mais combustível devido à paralisação da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), afirmou à Reuters a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard. "Estamos tentando evitar corrida... com controle da oferta", disse Magda nesta terça-feira (10).

A ANP autorizou a Petrobras a usar um duto que transporta petróleo para operar com diesel importado, para evitar desabastecimento, diante do incêndio que afetou a refinaria no Paraná ao final de novembro. O diesel importado já está sendo bombeado no duto, para ser transportado na quinta-feira, o que deverá normalizar o mercado da região, disse Magda.

A informação havia sido divulgada nesta terça pela Gazeta do Povo, após ouvir donos de postos de combustíveis. Um deles, o empresário Carlos Eduardo Pedrazzoli conta que desde a semana passada a distribuidora com a qual trabalha vem entregando menos combustível. A reserva que ele tinha para aproximadamente três dias acabou na segunda. Com o fim do estoque e um consumo médio diário de 25 mil litros, Pedrazzoli diz que hoje (terça) pode faltar combustível ao longo do dia, caso o volume entregue seja novamente menor que o pedido.

O presidente do Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese, não descarta a possibilidade de falta pontual de combustível em alguns postos do Paraná e Santa Catarina, mas disse que por enquanto não há notícias de postos totalmente secos. Desde a semana passada as distribuidoras iniciaram medidas de contingenciamento que incluem o racionamento conforme a média diária de retirada de cada posto e disponibilidade dos produtos.

Em meio à parada da produção e ao desafio de manter o abastecimento, a Petrobras também enfrenta a ameaça de greve dos trabalhadores da refinaria por condições mais seguras de trabalho. Uma paralisação pode ocorrer de quarta para quinta-feira, segundo o sindicato.

A retomada total da produção na refinaria pode ir além do que estima a Petrobras, complicando ainda mais o cenário do abastecimento nos mercados atendidos pela refinaria. A empresa, que só tem se pronunciado por meio de notas e nega qualquer prejuízo no abastecimento, disse que o retorno da operação está previsto para o dia 17 de dezembro, mas o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC) considera a previsão muito otimista. Segundo o Sindipetro, o reinício da produção com capacidade total deve levar, no mínimo, mais 20 dias.

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