O preço do bitcoin está abaixo do valor relativo para operá-lo, segundo relatório do banco JPMorgan divulgado na sexta-feira (25).
Enquanto o custo global para produzir um bitcoin - dinâmica chamada de mineração - girou em torno de US$ 4.000 (R$ 15,2 mil) no quarto trimestre, a moeda digital é negociada abaixo de US$ 3.600 (R$ 13,5 mil) em janeiro.
O JPMorgan usa duas medidas para determinar um valor justo ao bitcoin: o custo marginal de produção em bases independentes e o valor intrínseco, que é baseado em um índice do consumo de eletricidade para produzir a moeda.
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Para chegar ao custo médio de produção, a instituição usa valores de mineradoras de vários países. As chinesas são consideradas as mais baratas.
O custo de uma mineradora chinesa estava próximo US$ 2.400 no último trimestre de 2018. O relatório ressalta, entretanto, que esse nível não é estático e pode cair para US$ 1.260. “Estimamos que o preço da moeda esteja 20% abaixo do seu custo de produção”, dizem os analistas.
Considerando as demais criptomoedas, a capitalização nesse mercado despencou de US$ 800 bilhões no início de 2018 para US$ 125 bilhões no último trimestre.
Em dezembro de 2017, pico de valorização, a moeda digital chegou a valer US$ 18,6 mil. Negociada a US$ 3.500 na última semana, a queda chega a 76%.
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Para os especialistas, a aceitação das criptomoedas ainda é baixa, visto que elas não foram adotadas por grandes companhias do varejo. A popularidade desses ativos também se apresenta como um desafio ao banco.
Outros destaques desse mercado são a predominância de investidores individuais, à medida que a participação por instituições financeiras murchou com a deterioração da liquidez, o declínio do preço e a previsão de menor recompensa da moeda em 2020.
“A mineração de bitcoin foi impulsionada nos três primeiros trimestres de 2018 por melhorias tecnológicas, mas o colapso na lucratividade causou retração na atividade de mineradores no fim do ano.”
O termo mineração vem de uma analogia com o ouro, já que o bitcoin também é finito -são 21 milhões. Mineradores ligados em uma rede chamada blockchain (rede de blocos, na tradução livre) precisam solucionar uma função matemática complexa.
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Nessa disputa, minera mais quem tem mais poder computacional. Quanto mais potente a máquina, mais problemas ela pode resolver e mais recompensas (bitcoins) gerar.
Criada há dez anos, a moeda ainda divide opiniões sobre servir ao consumo, como alternativa a outros meios de pagamento mediados por bancos centrais, ou se limitar à especulação de investidores.
Como outros grandes bancos, o JPMorgan é cético em relação a esse rumo.
“Mesmo nos cenários mais extremos, como em casos de recessão, há instrumentos que geram mais liquidez e são menos complicados para investir ou fazer transações”, afirma.
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