Com trânsito livre no Palácio do Planalto até o início deste ano, Eike Batista hoje é um nome proibido no círculo central do governo federal, que assiste à derrocada das empresas do grupo com desânimo. Enquanto contava com o estímulo do governo - Dilma Rousseff chegou a declarar que o Brasil precisava de mais empresários como Eike, elogiando diretamente seu "espírito empreendedor" -, ele usufruiu de uma série de benesses, de estímulos financeiros à aceitação sem contestação de suas agora questionadas previsões.
Na época, ele era frequente apoiador de campanhas políticas. Em 2010, fez doações de R$ 6 milhões na pessoa física: R$ 1 milhão para a de Dilma Rousseff, R$ 1 milhão para a de José Serra e R$ 500 mil para a de Marina Silva. Também foi um grande apoiador de empreendimentos no Rio, tendo doado R$ 23 milhões, pelo menos, para organização da Olimpíada de 2016.
A visão em Brasília é de que, mesmo na situação atual, Eike não enganou o governo. Ele teria sido traído por pessoas próximas que lhe assessoraram. A percepção no centro do poder é que a derrocada do grupo EBX será um desestímulo ao surgimento de grandes empreendedores, ainda mais com perfil de risco. Mesmo com a recuperação judicial da OGX, o governo avalia que os empreendimentos de Eike ainda oferecerão retorno ao país.
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