No Brasil, o IPCA ficou em 0,52% em março, abaixo do 0,78% de fevereiro, graças apenas ao fim da correção das escolas. Tal resultado fez o índice em 12 meses acumular uma variação de 5,17%, acima do centro da meta do governo (4,5%) e superior a 5% pela primeira vez desde maio do ano passado. No primeiro trimestre, o IPCA subiu 2,06%, maior taxa para o período desde 2003 (5,13%).
Segundo Eulina Nunes dos Santos, do IBGE,o movimento de alta dos alimentos é "generalizado" e há sinais de inflação de demanda em alguns produtos. "A chuva e o calor têm prejudicado as lavouras, o que reduz a oferta. Mas há a questão da demanda, que pode permear toda essa situação, mas não é evidente ainda." Além do leite, outro sinal de "inflação de demanda" vem das recorrentes altas da alimentação fora de casa, que subiu 0,57%.Em algumas análises, como a feita pela consultoria Rosenberg & Associados esse movimento de demanda é visto como robusto o que obrigará o Banco Central a subir os juros. "Com o movimento de preços livres em alta e a demanda cada vez mais forte, dificilmente a inflação arrefecerá até o final do ano", afirma a Rosenberg em sua análise.