Apesar do constrangimento provocado por uma declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta segunda-feira - que cobrou do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a continuidade da queda das taxas de juros - o mercado segue apostando em um corte de 0,25 ponto percentual na taxa.
O consenso é de que a brincadeira deixou Meirelles em uma saia justa, sim, mas que o BC continuará agindo com autonomia.
Segundo o analista de investimentos da Arkhe DTVM, Cristiano Lima, o dia foi instável, mas não houve mudanças de posições relevantes.
Até as 17h14m, antes do ajuste da Bolsa de Mercadorias e Futuros, haviam sido negociados 216,520 mil contratos, contra 211,253 mil do dia anterior. A taxa projetava havia subido 0,03 ponto percentual, para 12,38% ao ano.
- O corte de 0,25 ponto percentual já vinha sendo precificado há muito tempo. O volume foi relativamente baixo porque as posições já estavam muito ajustadas e pouca gente mudou as apostas - disse.
Segundo o analista, a declaração de Mantega foi "uma brincadeira infeliz", mas o mercado não acredita que o Banco Central irá ceder a pressões políticas.
- Se o BC achar que tem que reduzir o corte, ele vai reduzir e vai explicar o motivo posteriormente na ata. Não é esse tipo de alerta (do Mantega) que vai provocar um corte maior. Apesar de todo o constrangimento, o mercado trabalha sempre com a idéia de que o BC atua de forma autônoma - avalia.
Para o analista, o conteúdo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também não alterou o ritmo dos negócios.
- Ficou em linha com o que o mercado esperava, com um pequeno relaxamento no aspecto fiscal diante da possibilidade de aumento do Orçamento em 0,5% para investimentos públicos. Mas isso não altera a expectativa nem para os estrangeiros e nem para o investidor doméstico - conclui.
O analista de câmbio da corretora Didier Levy, Julio Vogeler, concorda:
- Mesmo com números sustentáveis da economia e havendo espaço para uma redução maior no juro, a tendência é de que o BC continue com sua postura conservadora, com o pé no chão. Não é porque o Mantega pediu que o Meirelles vai cortar mais - acredita.
Para ele, a intenção do pacote é boa, mas muitas das medidas ainda terão que passar por um grande processo de discussão.
Os contratos referenciados em Depósitos Interfinanceiros com vencimento em julho de 2007, mais curtos, projetavam taxa de 12,54%, estáveis na comparação com o dia anterior, após 162,801 mil negócios.
Contratos com vencimento em abril de 2007, os terceiros em termos de liquidez, tinham taxa de 12,73%, também estáveis, com 123,402 mil negócios. Já os contratos com vencimento em janeiro de 2009 tinham taxa de 12,29%, com pequena queda de 0,03 ponto percentual e 128,269 mil contratos negociados.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast