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Apesar do IPI menor, produção segue baixa

Para os metalúrgicos paranaenses, as montadoras têm sido mesquinhas em suas ofertas de reajuste salarial, uma vez que, apesar da crise, estariam vivendo um "momento positivo" – a começar porque a redução do IPI teria garantido boas vendas no mercado doméstico. Em seus informes, o SMC também argumenta que, até o início da greve, a Volkswagen usava a capacidade máxima de sua fábrica paranaense, montando 840 veículos por dia. E que, há cerca de um mês, a Renault contratou 600 trabalhadores.

No entanto, dados de três fontes diferentes sugerem que, apesar dos incentivos governamentais, o ritmo das montadoras ainda está muito abaixo do observado em 2008. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, mostra que a produção de veículos no Brasil caiu 24% nos sete primeiros meses do ano. Nesse período, as fábricas do Paraná sofreram um tanto mais, com queda de 34% – o pior resultado entre todos os segmentos da indústria do estado.

Com dados mais atualizados, a Anfavea (associação das montadoras) informa que a produção nacional de carros, ônibus e caminhões diminuiu 12% de janeiro a agosto, em relação ao mesmo período do ano passado. No Paraná, a Renault/Nissan reduziu em 14% sua produção e a Volvo, em 42%. Na Volkswagen, o recuo foi mais suave, de 7%, incluindo as fábricas paulistas da montadora.

A queda na produção ocorre porque, embora o mercado brasileiro esteja ligeiramente melhor que em 2008, a demanda internacional desabou. E o Paraná depende muito do apetite externo: normalmente, 35 de cada 100 veículos fabricados no estado são exportados. Uma média – e, portanto, uma dependência – bem superior à de todo o país, onde 23% da produção costuma ser vendida para outros países.

Conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os embarques de veículos e autopeças do Paraná somaram US$ 802 milhões entre janeiro e agosto, valor 45% inferior ao do mesmo intervalo do ano passado. Para compensar tamanho baque, o mercado doméstico teria de crescer no chamado "ritmo chinês". O que não é o caso: as vendas no território nacional subiram 4% neste ano, e algumas empresas nem sequer atingem esse índice. É o caso de Renault/Nissan e Volvo, que amargam baixas de 6% e 28%, respectivamente.

Caminhões

O diretor de recursos humanos e assuntos corporativos da Volvo do Brasil, Carlos Morassutti, avaliou que a greve na montadora veio em "um dos momentos mais inadequados" para a empresa. O mercado nacional de caminhões encolheu aproximadamente 35% em relação a 2008, enquanto a demanda internacional caiu na casa dos 70%.

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