A mudança de rota do Banco Central, sinalizada com a manutenção da taxa básica de juros, fez com que o dólar fechasse em alta nesta quinta-feira (21). A moeda americana iniciou o pregão em forte alta, chegou a desacelerar com notícias do cenário externo, mas voltou a subir próximo ao fim do dia.
O dólar à vista, referência do mercado financeiro, fechou em alta de 0,60%, cotado a R$ 4,147. O dólar comercial, utilizado no comércio exterior, se valorizou em 1,5%, a R$ 4,166 – ao longo da sessão, a cotação chegou à máxima de bateu R$ 4,174.
“A alta do dólar era a consequência natural esperada hoje”, disse Sidnei Nehme, especialista em câmbio e diretor da corretora NGO. Embora apoie a decisão de manter os juros, ele afirmou que é “inegável” que houve interferência da presidente Dilma Rousseff na decisão do Copom (Comitê de Política Monetária).
Taxa básica de juros é mantida em 14,25%
É a quarta vez seguida que o Copom decide não mexer nos juros
Leia a matéria completaExpectativas
A expectativa de que o BC mantivesse a taxa gerou estresse no mercado financeiro nesta semana.
Até terça-feira, os investidores esperavam alta de 0,5 ponto porcentual na Selic (hoje em 14,25%). Na quarta, no entanto, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, divulgou nota comentando a revisão da expectativa do FMI para a contração do PIB brasileiro em 2016, de 1% para 3,5%.
Nela, ele afirmava que “todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) são consideradas nas decisões do colegiado.” Após o comunicado de Tombini, criticado por analistas pela proximidade com a data da decisão sobre os juros, o mercado passou a prever manutenção da taxa.
Influenciado por razões internas, o dólar subiu apesar da tendência positiva nos mercados internacionais nesta quinta.
A valorização nas Bolsas é puxada pelas declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que tranquilizou investidores ao afirmar que o órgão deve mudar a política monetária com as turbulências enfrentadas pela China e outros países emergentes.
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