O Shopping Total, que completou 19 anos na sexta-feira (4), segue com o futuro indefinido. O imóvel ocupado pelo centro comercial pertence à massa falida da varejista Hermes Macedo S/A e não recebeu nenhuma oferta nos leilões realizados na sexta e na segunda-feira (7).
O lance mínimo, inicialmente de R$ 144,4 milhões, com possibilidade de parcelamento de 80% do valor em até 36 meses, baixou para R$ 130 milhões, à vista, na segunda tentativa. Mas pendências na Justiça podem ter afastado eventuais interessados.
A tendência é de que a 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de Curitiba determine a realização de novo leilão assim que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) julgar um agravo movido no mês passado pela G2 Consult, administradora do shopping.
Ligada aos donos do Total, Michel Gelhorn e Eduardo Bekin, a empresa arrematou o imóvel num leilão realizado em novembro de 2014, mas o negócio foi cancelado há pouco mais de um mês, por falta de pagamento das prestações.
A massa falida da HM tentará, agora, retomar a posse do imóvel. Se conseguir, passará a receber os aluguéis das mais de 300 lojas instaladas no shopping. Para isso, também depende do julgamento, no TJ, do agravo da G2.
Liminar
Na tentativa de evitar o leilão, a administradora do Total recorreu ao Tribunal de Justiça, mencionando uma suposta negociação com o empresário Salomão Soifer, dono dos shoppings Pátio Batel e Mueller. A operação – descartada por Soifer em nota enviada à Gazeta do Povo – renderia dinheiro suficiente para pagar toda a dívida, de R$ 93 milhões, sem contar juros e correção.
A liminar deferida pelo desembargador Péricles Bellusci de Batista Pereira deu prazo de 15 dias para o depósito desse valor, que não foi cumprido. Em sua decisão, Pereira também restituiu a administração do shopping – que dias antes havia sido repassada à massa falida da HM – à G2, que com isso pôde continuar recebendo os aluguéis dos lojistas.
O leiloeiro Helcio Kronberg acredita que a expectativa de que a G2 pagasse o devido e, com isso, impedisse o leilão, acabou afastando interessados. “Só houve certeza absoluta de que haveria o leilão na semana passada. E ninguém quer comprar um imóvel que tem um agravo a ser julgado”, diz. Para ele, o fim das pendências judiciais deve fazer com que o próximo leilão seja mais atraente.
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