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Auxílio

Após geadas, governo discute estratégias para ajudar cafeicultores

Os cafeicultores paranaenses devem receber, em breve, auxílio dos governos federal e estadual. A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) anunciou terça-feira (27) que está discutindo estratégias para socorrer os produtores afetados pelas fortes geadas ocorridas em julho.

De acordo com a Seab, haverá redução de pelo menos dois terços do potencial de produção de café na safra 2013/14. A questão foi debatida na segunda-feira (26) durante reunião envolvendo representantes de entidades paranaenses e do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Na ocasião, o secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, defendeu o apoio dos governos federal e estadual à incorporação de tecnologia, com ênfase na mecanização da colheita na pequena propriedade, proposta que foi encaminhada pela Câmara Setorial do Café.

"Acredito que a manutenção da cafeicultura no Paraná só vai ocorrer se o produtor conseguir acessar tecnologia e para isso ele precisa de linha de crédito mais barata", avaliou Ortigara, em entrevista para a Agência Estadual de Notícias (AEN).

Entre as propostas abordadas, também foram discutidas a prorrogação de dívidas, liberação de crédito para capital de giro e a necessidade de adaptação das normas do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf). De acordo com o secretário nacional da Agricultura Familiar, Valter Bianchini, a extensão do Seaf por um período maior não exige grandes alterações na legislação atual, contudo, é necessário que seja apreciado e votado pelo Conselho Monetário Nacional.

Outra sugestão discutida foi a apresentação de um pacote com embasamento técnico e apoio financeiro para que o produtor não reduza a área plantada com café. Para o presidente da Emater, Rubens Niederheitmann, uma das medidas que poderiam ser inseridas seria a avaliação do Iapar para as regiões onde o cultivo da cultura de café pode sofrer menos com as ocorrências climáticas, a necessidade de manejo de solos e até a irrigação.

Agricultores esperam que medidas não fiquem apenas "na conversa"

Enquanto estratégias são discutidas, os cafeicultores esperam por medidas práticas. É o caso do produtor Edson Lopes, de Mandaguari, que estima ter perdido cerca de 90% da produção. "Existe muito barulho, muita conversa, mas quero ver alguma coisa sair. O preço do café vale a metade do preço de cinco anos atrás. Além disso, é preciso dar financiamento a longo prazo, senão os produtores não terão condições de se recuperar", explicou.

Em entrevista concedida no mês passado, o responsável técnico pela aérea de café do Departamento de Economia Rural (Deral), Paulo Franzini, defendeu que, para que o produtor permaneça no setor cafeeiro e conquiste uma margem de lucro, é imprescindível que haja a mecanização da produção. "Fazemos estudos há mais de cinco anos em parceria com o Iapar [Instituto Agronômico do Paraná] e Câmara Estadual de Comércio e não tem jeito: ou entra máquina ou o negócio se torna insustentável."

Mesmo com o futuro desalentador, o presidente da comissão técnica de cafeicultura da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Walter Ferreira Lima, disse acreditar que o momento pode ser utilizado para uma virada da cultura no estado. "É hora de fazer a renovação da cultura e entrar na mecanização. Mas para isso é preciso recursos disponíveis", destaca.

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