Empresa comemorou em seu blog oficial a regularização do serviço na capital mexicana| Foto: Reprodução/Uber

A empresa de serviços de transporte por aplicativo Uber espera replicar no resto da América Latina seu sucesso na capital mexicana, onde as autoridades acabam de regularizar o serviço – foi a primeira iniciativa neste sentido em toda a região. A companhia defende que o sinal verde no México é simplesmente uma resposta à reivindicação dos cidadãos por melhores opções de mobilidade urbana.

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“Estamos emocionadíssimos, nos parece um divisor de águas que uma das maiores cidades do mundo tenha feito uma regulação que põe no centro do debate o pedido dos cidadãos e a lei de livre oferta e procura”, afirmou à Agência Efe a diretora de Comunicação para a América Latina da empresa americana, Ana Paula Blanco.

Segundo Blanco, além da “batalha” com os táxis da Cidade do México, que se manifestaram em várias ocasiões contra o serviço, o que a regulamentação permite “é aplanar o caminho em locais em que tradicionalmente não havia concorrência”.

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“Invariavelmente vai representar uma melhoria para a população, dá coragem e a certeza jurídica (aos moradores da Cidade do México, às autoridades e ao Uber), afirmou.

Blanco lembrou que, com cerca de nove milhões de habitantes – 20 milhões se a região metropolitana for levada em conta – a capital mexicana possui “grandes problemas de mobilidade” e a empresa de transporte pessoal só tenta fornecer soluções, como está tentando também em outras cidades do país.

Para Uber, a capital mexicana é uma referência não só por seu tamanho, mas por ser uma das primeiras cidades do mundo que em a empresa tentou entrar (há dois anos) e onde tem uma das maiores operações no mundo.

“Esperamos que a regularização na Cidade do México abra as conversas em outros países latino-americanos, pois ter uma normatividade pode abrir para uma conversa sobre o que representaria em cada país”, explicou. “É um bom antecedente da importância de tomar a postura do cidadão como eixo da discussão”, reiterou.

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Regulação

O governo da Cidade do México publicou na quarta-feira (15) o esquema de regulamentação do serviço privado de passageiros por aplicativos e plataformas informáticas, em que se destaca o registro do motorista na Secretaria de Mobilidade da cidade.

As regras incluem um imposto de 1,5% do custo de cada viagem e um valor mínimo no preço dos veículos – os automóveis usados pelo Uber e serviços semelhantes devem ter um valor mínimo de US$ 12.650.

Cada motorista também precisará de uma permissão anual de cerca de US$ 100 dólares, disse uma autoridade do governo.

As regras não impõem um limite ao número de veículos que o Uber poderá usar na cidade, medida que as autoridades haviam ameaçado adotar em suas propostas preliminares.

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Contudo, o valor dos veículos poderá significar um duro golpe à empresa sediada em San Francisco (EUA), que disse na semana passada que o custo mínimo para começar a operar seu serviço mais popular era de cerca de US$ 9.500, incluindo o valor do carro.

Apoio

“A regulação foi criada a partir do interesse cidadão de que o governo da capital atendesse esta modalidade de transporte, e como resultado de um processo de consulta em que participaram tanto especialistas em mobilidade e representantes do serviço de transporte concedido, como táxis, além do transporte privado e plataformas eletrônicas”, assinalou o governo da capital.

Usuários do Uber entregaram em 8 de julho ao governo da capital mais de 121 mil assinaturas de apoio à empresa, em que também se declararam favoráveis à aplicação de uma “regulação leve” que não se reflita nas tarifas do aplicativo.

Por outro lado, os taxistas na Cidade do México realizaram manifestações contra serviços como o Uber e o Cabify, que consideram “ilegal”.

Expansão

O Uber está presente em muitas capitais latino-americanas. Além de no México, atua na Colômbia há um ano e meio e no Brasil e no Chile há um ano. Por enquanto, na Cidade do México o Uber tem meio milhão de usuários e 10 mil motoristas parceiros. Segundo a executiva do aplicativo, 42% dos motoristas estavam desempregados antes de entrar no Uber”.

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Ela esclareceu ainda que a empresa não está tirando trabalho dos taxistas, pois 82% de seus usuários têm carro particular e não usavam táxi.