A compra de livros didáticos pelo Ministério da Educação (MEC) diretamente das editoras, e a associação de escolas com grandes grupos que fornecem apostilas no lugar de livros, causa calafrios às livrarias. "No longo prazo a tendência é o livro não passar mais por nós", acredita Marcos Pedri, diretor comercial das Livrarias Curitiba. Na rede, a venda de livros didáticos caiu 30% nos últimos cinco anos.

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Nesse período, as parcerias entre escolas menores com outras maiores tornaram-se prática comum. Grupos como Objetivo e Positivo somam milhares de convênios com escolas particulares, que adotam as suas apostilas no lugar de livros. E o campo para crescer é grande, visto que, de acordo com estimativa da associação que reúne as editoras, 30% desses alunos utilizam sistemas de ensino baseados em apostilas.

A editora Dom Bosco está entre uma das que já estão faturando. "Percebemos no início dos anos 90 que os materiais de nossos alunos poderiam ser comercializados para outras escolas", relembra o diretor Clóvis Magnoni. Hoje são 20 mil alunos em Curitiba e 150 mil no Brasil, o que garantiu um crescimento de 22% em 2005. Para o grupo Opet, o sistema de ensino também está entre seus principais produtos. "Com ele e a abertura da faculdade, o crescimento de nossa editora tem sido de 30% ao ano", diz a gerente Jacqueline Menezes.

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As escolas da rede pública também podem utilizar os tais "sistemas de ensino" – 5% delas já o faz. O vice-líder nacional da modalidade de vendas públicas é o paranaense Expoente. "Representa 40% do nosso faturamento", conta Armindo Angerer, diretor geral do grupo. Para este ano, estão agendadas entregas no valor de R$ 35 milhões, uma alta de 43% ante 2005. (HC)