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ENERGIA

Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar vão “congelar” produção de petróleo

O ministro de energia do Catar, Mohamed Saleh Al Sada, em entrevista coletiva: tentativa de estabilizar o mercado. | Olya Morvan/AFP
O ministro de energia do Catar, Mohamed Saleh Al Sada, em entrevista coletiva: tentativa de estabilizar o mercado. (Foto: Olya Morvan/AFP)

Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar decidiram nesta terça-feira (16) em Doha congelar sua produção de petróleo aos níveis de janeiro, anunciou o ministro catariano de Energia.

“Com o objetivo de estabilizar os mercados petrolíferos, os quatro países decidiram congelar a produção ao seu nível de janeiro, desde que os outros grandes produtores façam o mesmo”, declarou aos jornalistas o ministro Mohamed Saleh al Sada.

Os ministros dos quatro países participaram de reunião em um hotel de Doha. Foi um raro encontro entre o saudita Ali Al Nuaimi e o russo Alexander Novak – ministros de dois dos principais produtores de petróleo do mundo – desde que o preço do petróleo começou a cair, em meados de maio de 2014. Desde então, perdeu quase 70% de seu valor.

A Arábia Saudita lidera a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), mas a Rússia não forma parte do cartel, ao qual pertencem Catar e Venezuela, representados na reunião de Doha por Mohamed Saleh al Sada e Eulogio del Pino, respectivamente.

Excesso de oferta

A queda do preço do petróleo se deve a um excesso de oferta que as principais economias mundiais, em particular a China, não absorvem devido à desaceleração do crescimento econômico.

Desde o ano passado, grandes produtores, liderados pelos sauditas, têm mantido a produção em níveis elevados apesar da contração da demanda, no que é interpretado como uma tentativa – bem sucedida – de inviabilizar parte da produção de shale gas (gás de xisto) nos Estados Unidos.

Para encarar uma diminuição da produção tendo por objetivo defender o preço, a Arábia Saudita exige a cooperação dos produtores que não pertencem à Opep, em particular a Rússia.

Preço em alta

O simples anúncio de uma possível reunião entre os ministros russo e saudita foi suficiente para elevar o preço do petróleo na manhã desta terça. Na Bolsa de Londres, o barril do tipo Brent chegou a subir 6,5%. Ao término do encontro, no entanto, o ritmo de alta perdeu força, recuando para cerca de 2%, com cotações na casa dos US$ 34.

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