Enquanto o governo argentino negocia com os credores que não aceitaram a reestruturação da dívida do país, a Inspeção Geral de Justiça voltou atrás com sua resolução que ordenava a liquidação do Bank of New York Mellon (Bony) no país, segundo documento ao qual o jornal La Nación. A instituição é a responsável por fazer os pagamentos de vários bônus argentinos a investidores internacionais.
Com a reversão da medida, o governo do presidente Mauricio Macri começou a dar os primeiros passos administrativos para normalizar as coisas no front externo para o caso de as negociações com os “fundos abutres” — como são chamados aqueles que não aceitaram a reestruturação da dívida argentina.
A Argentina havia decidido revogar a autorização das operações do banco no país depois que a instituição se negou a a finalizar, no fim de julho de 2014, o pagamento dos juros de um bônus Discount, por causa da ordem do juiz distrital de Nova York Thomas Griesa para que o país pague primeiro os hedge funds que buscam recuperar o valor total dos títulos que a Argentina deixou de honrar em seu default de 2002.
Logo que o país informou da suspensão da licença, os advogados do banco recorreram da decisão do governo. Mas só esta semana a Inspeção Geral de Justiça deu parecer favorável ao Bony.
Mais prazo
Paralelamente, seguem as negociações atuais com os fundos “abutres”, que ganharam mais um dia para apresentarem os motivos pelos quais defendem que Griesa não deve suspender a liminar que determina que o país deve pagar a todos os credores ao mesmo tempo. Segundo o texto, a Argentina só poderia saldar a dívida com os credores que aceitaram a reestruturação se também pagassem aos “abutres”.
Na semana passada, o juiz americano atendeu a um pedido da Argentina e questionou os credores e definiu que eles deveriam responder até o dia 18. Mas, nesta terça-feira, ele estendeu o prazo até o dia 19, segundo a agência de notícias AFP.
O adiamento é uma resposta a uma petição dos fundos NML Capital e Aurelius, diz a agência, complementando que, de acordo com uma carta de Robert Cohen, advogado do NML, a data será alterada se a Argentina der o aval para a mudança.