O novo ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, negou nesta quarta-feira (30) que o governo da presidente Cristina Kirchner esteja analisando a possibilidade de impor restrições a produtos brasileiros que tenham similares argentinos. O chanceler reconheceu que existem "especulações" sobre o assunto, mas garantiu que não há nenhuma ação nesse sentido. Segundo ele, não há impedimentos aos produtos brasileiros. Pela primeira vez, Timerman visitou Brasília como chanceler.
Empresários brasileiros foram informados que a Secretaria do Comércio Interior da Argentina estaria preparando medidas para impor barreiras aos brasileiros. "Nós não temos nenhum tipo de impedimento para a entrada de produtos brasileiros. Não há também previsões [de barreiras comerciais] nem expectativas. São rumores. Isso não procede", afirmou Timerman.
Timerman assumiu o Ministério das Relações Exteriores no último dia 22. Na reunião desta quarta-feira com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que durou cerca de uma hora, a possibilidade da União Europeia impor restrições a produtos do Mercosul foi um dos principais temas da conversa.
"Estamos dispostos a dar todas as explicações quando os ministros [europeus] assim o pedirem. Não pretendemos fazer isso por meio dos organismos, mas cara a cara", afirmou o chanceler argentino, sinalizando que o esforço será na direção de acordos sem provocar organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Amorim disse que é possível negociar os acordos e evitar impasses entre os dois blocos. "Estamos muito confiantes de que isso possa progredir positivamente. Vamos ver como isso se desenvolve. Nosso primeiro ânimo é tentar avançar neste próximo semestre", afirmou ele.
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