A Argentina vai vender US$ 11,68 bilhões em títulos de 5, 10 e 30 anos em medos de abril, se o Congresso aprovar rapidamente o acordo com os fundos credores, afirmou o ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, a parlamentares nesta sexta-feira (4). Os papéis serão emitidos sob a lei americana e visam compensar os “holdouts” pela dívida inadimplente do país.
“Se estendem-se os acordos já alcançados ao restante dos detentores de títulos (holdouts), isso daria uma emissão de US$ 11,68 bilhões em títulos. Isso é o que precisamos emitir para encerrar definitivamente este problema”, afirmou o ministro na Câmara dos Deputados, onde defendeu o pagamento multimilionário aos fundos americanos.
O governo havia informado anteriormente um suposto plano para emitir até US$ 15 bilhões em títulos. Prat-Gay explicou que, quando foi anunciado o acordo em Nova York na segunda-feira, após litígio de 15 anos, “dissemos US$ 15 bilhões para ser prudentes e porque temos que ir financiando outros vencimentos e o déficit fiscal. Mas US$ 11,68 bilhões será o custo da dívida”, apontou.
O governo do presidente Mauricio Macri acordou com os fundos NML Capital, Aurelius e outros o pagamento de US$ 4,6 bilhões em efetivo, com prazo máximo em 14 de abril, estabelecido de Justiça americana.
O ministro da Fazenda ressaltou a importância da aprovação dos projetos de lei que condicionam o selo definitivo do acordo, deixando o default para trás e o país “voltar a crescer”, disse. A condição imposta pelo juiz federal americano Thomas Griesa é a revogação de duas leis argentinas que impedem uma oferta melhor aos credores sem beneficiar ao mesmo tempo todos os demais.
Balança comercial
O governo da Argentina informou nesta sexta-feira um déficit na balança comercial de US$ 160 milhões em janeiro, ante resultado negativo de US$ 408 milhões no mesmo mês do ano passado.
As exportações subiram 2% na comparação interanual para US$ 3,88 bilhões, enquanto as importações caíram 4% para US$ 4,04 bilhões, de acordo com o órgão oficial de dados estatísticos.
Em 2015, a balança comercial argentina registrou déficit de US$ 3,03 bilhões, devido principalmente à queda dos preços das exportações do país. Ao tomar posse em dezembro, o presidente Macri chegou a declarar uma situação de “emergência estatística” para revisar os indicadores econômicos da gestão anterior de Cristina Kirchner, sob suspeita de manipulação de dados.
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