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As mais irresponsáveis de 2009

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Pelo terceiro ano consecutivo, a Consumers International (CI), ONG que reúne mais de 200 entidades de defesa do consumidor de 115 países, elegeu as "piores em­­presas do mundo", numa espécie de "Oscar" do desrespeito ao consumidor. Nesta edição, o prêmio foi baseado exclusivamente no chamado "greenwashing", prática que consiste em promover supostas qualidades ecológicas de produtos e serviços que não condizem com a realidade.

As empresas vencedoras desta edição foram a montadora alemã Audi, a petrolífera British Petro­leum (BP), a companhia aérea eu­­ropeia easyJet e a gigante da tecnologia Microsoft. A votação, feita por um corpo de secretários da CI e especialistas em Direitos do Consumidor em todo o mundo, tem por objetivo chamar a atenção para as empresas que ignoraram o direito do consumidor de ter informações verdadeiras e con­­fiáveis sobre o impacto am­­biental dos produtos e serviços que adquire, a fim de que faça es­­colhas conscientes.

"Muitos dos maiores emissores de gases do efeito estufa acreditam que podem esconder seu rastro de contaminação divulgando aos quatro ventos iniciativas ‘ecológicas’ através de anúncios e de seus departamentos de relações públicas", justifica a en­­tidade. "Isso não apenas engana o consumidor, mas também, com frequência, o induz a gastar sem necessidade. A prática do ‘marketing verde’ simplesmente mina a confiança do consumidor em relação ao mundo empresarial, comprometendo os esforços legítimos de estímulos a estilos de vida mais ecológicos, em uma situação que todos saem perdendo", avalia a CI.

A Audi foi premiada por dar a entender, em sua campanha de marketing, que seu novo carro movido a diesel é limpo e não prejudica o meio ambiente, além de sugerir que conduzir o veículo é "tão ecológico quanto andar de bicicleta".

Já a gigante do petróleo BP, apesar de propagandear frequentemente a respeito de sua divisão de energias alternativas, tem, na verdade, reduzido seus investimentos nesta área, além de adiar proje­tos de pesquisa e desenvolvimento de energias menos po­­luentes.

A ea­­sy­­­Jet di­­vul­­gou que seus aviões são "mais ecológicos que um carro híbrido", manipulando gráficos para sustentar a tese.

A Microsoft, por sua vez, vem di­­vulgando que seu mais no­­vo produto, o Win­­dows 7, é ecológico por agregar al­­guns me­­ca­nis­mos de eco­no­mia de energia em re­­­­la­ção à sua versão an­­te­­rior. Por outro lado, a empresa in­­centiva os consumidores a comprarem um novo computador para que pos­­sam aproveitar essa "vantagem". Com isso, a empresa estaria se utilizando de conceitos ecológicos, ao mesmo tempo em que estimula a geração do cha­­mado lixo tec­­no­­­lógico, al­­ta­­mente poluidor.

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