Não houve acordo entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)e os trabalhadores na audiência de conciliação realizada no Tribunal Superior do Trabalho (TST) nesta quinta-feira (24). Os Correios aceitaram a proposta do vice-presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, mas os representantes dos trabalhadores não se pronunciaram sobre a medida, pois irão submetê-la às assembleias dos funcionários da empresa.
O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR)recusou a proposta do TST e decidiu dar continuidade à paralisação em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (24).
Entre os itens da proposta do TST estavam reajuste salarial de 4,5%, a partir de 1º de agosto de 2009, aumento linear de R$ 100 para todos os colaboradores, que valeria de 1º de agosto até julho de 2011, e reajuste de outros benefícios (vale-alimentação e vale-cesta). De acordo com o TST, a greve teria que ser encerrada de forma imediata, deveria haver compensação das horas paradas e os grevistas não seriam penalizados.
Caso a maioria dos outros 34 sindicatos também se manifestem contrários à medida, haverá continuidade do processo e será julgado o dissídio coletivo. O ministro Márcio Eurico Vital Amaro analisará a questão e ainda não há data para o julgamento do processo.
De acordo com diretor do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Sandro de Oliveira, o maior impedimento diz respeito ao acordo apresentado ser para dois anos. Isso porque os trabalhadores querem que as negociações salariais aconteçam anualmente. "Na verdade os Correios querem uma garantia de que não haverá greve no próximo ano", disse Oliveira. O diretor do sindicato disse ainda que o objetivo da classe é tentar conseguir que haja aumento real aos trabalhadores acima da inflação. E por isso a proposta de acordo salarial para dois anos não foi aceita, pois o sindicato entende que haverá perdas.
A assessoria de imprensa dos Correios afirmou que as negociações acontecem apenas no TST e que - se os demais sindicatos não aceitarem a proposta do TST a empresa aguardará o resultado do julgamento do dissídio coletivo.
Segundo os Correios, aproximadamente 1,8 milhão de correspondências não foram entregues no Paraná desde o início da greve (quarta-feira, 16).
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