Chegou a 70% o número de funcionários do Banco Central de Curitiba que estão de braços cruzados no sexto dia de greve da categoria na capital. O número corresponde a cerca de 80 dos 130 servidores parados, e apenas os comissionados estão trabalhando, de acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central de Curitiba (Sinal-PR). A adesão crescente de manifestantes favoráveis a greve é registrada também nas outras nove sedes regionais do Banco Central em Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Belém, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte e São Paulo, onde os funcionários também aderiram a paralisação.
Nos dois primeiros dias da greve, deflagrada na última quarta-feira (17) em todo o Brasil, a quantidade de servidores parados oscilava entre 50% e 55%. Para Alexandre Campos Gomes de Souza, um dos diretores do Sinal-PR, a falta de uma sinalização concreta por parte do governo federal e do próprio Banco Central motiva os funcionários que ainda estão trabalhando a pararem também. "Já desistimos do projeto de Lei que atenda as nossas reivindicações, já acordadas com o governo no ano passado durante a última paralisação. Queremos mesmo é a aprovação urgente de uma medida provisória que nos conceda o reajuste", completa Campos. Em outubro de 2005, quando os funcionários do BC pararam por 33 dias, foi feito um acordo em que o governo federal se comprometia a conceder o reajuste de 10% dos salários em duas parcelas: um aumento de 6% seria concedido em janeiro deste ano, e os outros 4 % estavam previstos para junho.
O não-cumprimento do acordo acabou, segundo os funcionários, tornando a greve inevitável. "Estamos preocupados com a situação e com a falta de interesse do governo na questão. Já é visível nas bolsas de valores do Brasil e do exterior que a nossa e outras paralisações do funcionalismo estão mexendo com o mercado financeiro. Não é o que queremos (prejudicar o país), mas o governo não se mexe", desabafa o diretor do Sinal-PR.
Manifestação
Na tentativa de um diálogo, o funcionalismo do Banco Central realiza nesta quarta-feira (24) uma passeata em Brasília para buscar uma saída para o impasse. De Curitiba, seis servidores vão representar a entidade local no protesto. Se a manifestação não surtir o efeito desejado, uma segunda saída pode por fim a greve. "Soubemos que o presidente do BC Henrique Meirelles estaria intercedendo junto ao governo federal para pôr um basta na paralisação. É apenas um boato, mas quem sabe pode ser uma solução", finaliza Campos.
O BC, por meio de sua assessoria de imprensa, segue informando desde o começo da greve que não comenta qualquer assunto referente a paralisação.
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