Apesar da queda das vendas, os automóveis novos ficaram mais caros em junho e exerceram a principal influência na aceleração da inflação varejista. No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,82%, contra 0,72% em maio, informou nesta terça-feira (7), a Fundação Getulio Vargas (FGV). Já na construção civil, a pressão veio do custo da mão de obra.
Segundo a instituição, o valor dos automóveis subiu 0,86%, ante um aumento de 0,30% no mês anterior. Com isso, o grupo Transportes saiu de alta de 0,09% em maio para avanço de 0,39% em junho, a contribuição de maior magnitude para o aumento do IPC.
Também aceleraram os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,40% para 0,87%), diante das passagens aéreas 13,14% mais caras, e Despesas Diversas (2,67% para 3,70%), com a alta de 29,26% nos jogos lotéricos, ainda impacto do reajuste autorizado pelo governo.
Outras classes que ganharam força na passagem do mês foram Alimentação (0,82% para 0,88%), Comunicação (-0,07% para 0,47%) e Habitação (0,81% para 0,88%). Nestas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens frutas (-5,86% para 1,18%), tarifa de telefone móvel (0,02% para 0,40%) e taxa de água e esgoto residencial (1,34% para 4,12%), respectivamente.
No sentido contrário, desaceleraram os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (1,21% para 0,67%) e Vestuário (0,86% para 0,48%). Nestas classes de despesa, os destaques partiram dos itens: medicamentos em geral (1,92% para 0,39%) e roupas (0,76% para 0,60%), respectivamente.
Além da aceleração, o IPC registrou, em junho, uma proporção maior de itens com aumento de preços. A variação foi positiva em 75,74% dos produtos e serviços investigados, ante 68,05% em maio.
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 1,84% em junho, quase o dobro do resultado do mês anterior (0,95%). O avanço foi impulsionado pelo custo da mão de obra, que avançou 3,28%, já que o índice relativo a materiais, equipamentos e serviços desacelerou de 0,70% em maio para 0,23% em junho.