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Baixa penetração da TV digital atrasa cronograma de desligamento do sinal analógico

 | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
(Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo)

Visto como um teste crucial para o processo de transição para o sinal de TV digital, o primeiro desligamento do sinal analógico no país, em Rio Verde (GO), bateu na trave. Oficialmente, todos os televisores do município deveriam receber apenas o sinal digital desde o dia 29 de novembro, mas a falta de aparelhos adaptados nos lares do município impediu a mudança – entrave que pode se repetir nas próximas cidades e deixa em alerta emissoras, operadoras de telefonia e órgãos federais do setor.

Segundo portaria do Ministério das Comunicações, o sinal analógico só poderá ser desligado nos municípios brasileiros se for constatado que 93% dos domicílios da localidade têm condições de receber o sinal digital (seja por meio de conversores ou televisores mais novos). Em Rio Verde, pesquisa feita entre os dias 19 e 22 de novembro – uma semana antes da data do desligamento – constatou que apenas 69% dos lares que acessam a TV aberta cumpriam a condição.

Precisamos fazer dar certo [em Rio Verde] para ganharmos mais confiança de fato e seguir com o processo nas demais cidades, como Brasília e São Paulo.

Rodrigo Loureiropresidente do Gired, durante evento em Curitiba em maio deste ano.

Segundo nota da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), uma nova pesquisa seria feita já no início deste mês. No site oficial que informa o calendário de desligamento, consta que o sinal de TV analógico será desligado “a qualquer momento” na cidade. A expectativa da Anatel é de que o porcentual seja atingido nos “próximos dias” – a agência afirma que houve uma “grande mobilização” da população para adquirir os equipamentos necessários para a recepção da TV digital na última semana do mês passado, período não abrangido na pesquisa.

Oficialmente, o cronograma para as demais cidades está mantido – Brasília é a próxima da lista, em abril do ano que vem –, mas entidades e especialistas que acompanham o processo alertam para a necessidade de intensificar e antecipar os avisos de desligamento. Conforme portaria do Ministério das Comunicações, as emissoras de TV devem iniciar uma campanha obrigatória, inserindo uma logomarca na tela durante a programação, um ano antes da data final da transição – no Japão, por exemplo, o aviso era divulgado dois anos antes.

Além disso, a campanha feita em outras mídias pela EAD, entidade formada por operadoras de telefonia que venceram o leilão do 4G e responsável por custear e operacionalizar a transição, começou em Rio Verde apenas três meses antes da data de desligamento. “Achamos que essa campanha da EAD teve um timing errado, deveria ter começado antes. Além disso, 80% das pessoas que tinham direito a ganhar o conversor digital (aquelas cadastradas na Bolsa Família) pegaram de fato o aparelho e sabemos que muitas que fizeram isso instalaram a antena de forma errada”, pondera André Felipe Seixas Trindade, engenheiro da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e integrante do Gired (grupo com representantes das empresas e entidades que acompanha a transição).

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